terça-feira, dezembro 18, 2007

Divindades agrestes greco-romanas

Na Grécia, as atividades agrícolas eram desenvolvidas em planícies e encostas de montanhas. Para chegar a esses locais era preciso muitas vezes percorrer bosques, florestas e caminhos perigosos, por isso era importante cultivar a terra e cuidar dos animais sabendo da proteção dos deuses. Deméter e Dioniso eram celebrados como divindades agrícolas, mas outras divindades secundárias eram cultuadas pelos camponeses, pois atendiam mais facilmente quando solicitadas porque moravam nos bosques.

Egipãs, Silenos e Sátiros eram habitantes dos bosques e montanhas que exerciam a função de proteger homens e animais que viviam em contato com a natureza. Eles participavam alegremente do cortejo de Dioniso e adoravam vinho e festas. Os Sátiros tinham traços de bode, o animal que se sacrificava a Dioniso, que foi criado por Ninfas e Sátiros no monte Nisa, após ser transformado em bode por Zeus. A arte normalmente mostra os Sátiros dançando, tocando instrumentos e perseguindo as Ninfas.

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Solange Firmino

Texto completo na coluna Mito em contexto, em Blocos online.


Imagem: Fauno de Rubens.

sábado, dezembro 08, 2007

Argonauta



Argonauta, eu?
Descubra
aqui.


"Tífis teve a audácia
de desdobrar as primeiras velas
sobre a imensidão dos mares
e ditar novas leis aos ventos"

(Lucius Anneus Seneca - Poeta espanhol)


Imagem: Argonautas, de Lorenzo Costa

terça-feira, dezembro 04, 2007

Entre teias e fios: o confronto entre Atena e Aracne

Fios e tecidos eram importantes na época em que Atenas concorria com as cidades da Ásia pela sua fabricação. Entre os mitos eles também foram muito aproveitados: cada uma das três Moiras tinha um trabalho no tecido da vida, seja segurando o fuso, tecendo ou cortando os fios; Ariadne deu a Teseu um fio de lã como condutor para que ele conseguisse sair do Labirinto; Penélope fiava e desfiava para ganhar tempo com os pretendentes, enquanto esperava o marido Ulisses voltar da Guerra de Tróia.

Fios também aparecem na história de Atena e Aracne. Atena não era reconhecida só como guerreira ou como a sábia filha saída do cérebro de Zeus. A deusa também presidia os trabalhos manuais como a tecelagem e era invocada pelas obreiras.

Aracne era uma simples mortal famosa por seu talento com os fios. Fiava, tecia e embelezava os tecidos como ninguém. A não ser como a deusa Atena. Como Aracne não era nada modesta, vivia se vangloriando de não ter medo de desafiar Atena. Ela parecia esquecer que eram os deuses que concediam aos humanos seus talentos.

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Solange Firmino

Texto completo na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.


segunda-feira, novembro 19, 2007

Dilúvio universal


Entre os mitos criados pelos gregos, há os que falam sobre as cinco idades que a humanidade viveu: Ouro, Prata, Bronze, Heróis e Ferro. Na Idade do Ouro os homens viviam bem, os deuses eram amigos dos homens, não havia crime ou guerra. O tempo não importava. Na Idade de Prata os homens se encheram de orgulho e Zeus começou sua punição. A juventude eterna terminou e a morte chegou.

Os conquistadores helênicos e os reis guerreiros viveram na Idade do Bronze, quando a guerra era o ofício. A Idade dos Heróis teve muitas aventuras e guerras e logo acabou. A Grécia do século XII viveu na Idade do Ferro, quando já conheciam armas de ferro e os dóricos dominavam. Na Idade do Ferro nasceram Deucalião e Pirra, que moravam perto do Monte Parnaso, temiam aos deuses e eram trabalhadores. Mas nem todos os humanos eram assim, havia crimes e lutas pelo poder.

Zeus não estava satisfeito e mandou o dilúvio para punir a humanidade. Prometeu avisou a Deucalião e o ensinou a fazer uma arca de madeira para salvar sua esposa e levar mantimentos. Deucalião conseguiu chegar ao topo do Parnaso, único lugar seco após dias da chuva que limpou e fecundou novamente a terra.

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Solange Firmino

Texto completo na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.

Imagem: Deucalião e Pirra, de Oraza Fontana, século XVI.



domingo, novembro 04, 2007

Orfeu e Ulisses derrotam as Sereias



Nas tradições míticas não faltam animais fabulosos como a Esfinge e as Sereias. Embora idealizadas há poucos séculos com corpo de mulher e cauda de peixe, as Sereias de origem grega tinham corpo de ave e busto de mulher. Eram entidades marinhas que cantavam de modo maravilhoso para encantar os marinheiros, que perdiam a direção de seus navios contra os rochedos e logo após eram devorados.

As belas Sereias eram filhas do deus-rio Aquêloo com Melpômene e participavam inicialmente do cortejo de Perséfone. Quando Hades raptou Perséfone, as Sereias (que variam em de duas, três ou quatro) pediram aos deuses que lhe dessem asas para que a procurassem por todo lugar. Deméter, a mãe de Perséfone, irritada por elas não terem impedido o rapto, teria transformado as Sereias em monstros.

Dois heróis gregos conseguiram resistir aos seus encantos: Orfeu e Ulisses. O lendário músico filho da musa Calíope aprendeu sua arte com o deus da música Apolo. Era tão divina sua música que acalmava a fúria de homens e animais. Orfeu encantou o mundo ctônio para falar com Hades. Orfeu também participou da expedição dos Argonautas em busca do Velo de Ouro. Quando os navegantes passaram pelo Mar das Sereias, Orfeu anulou a hipnose delas com sua música e salvou a todos do naufrágio.

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Solange Firmino


Leia o texto completo na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.


*Imagem: Ulisses de Waterhouse.


domingo, outubro 21, 2007

Concurso Ladjane Bandeira de Poesia



É promovido pela Prefeitura da Cidade do Recife por meio da Fundação de Cultura da Cidade do Recife (FCCR) e que tem o apoio do Instituto Cultural Ladjane Bandeira.

O Concurso de Poesia da Prefeitura do Recife foi instituído em 1997 e é realizado pela Biblioteca Popular de Afogados. Visa estimular e valorizar a leitura e a criação literária de jovens e adultos.

A partir da edição de 2006, o concurso faz homenagem a pernambucana Maria Ladjane Bandeira de Lira.

A iniciativa literária tem como prêmio a publicação de uma coletânea em formato livro de grande qualidade editorial contendo as poesias dos escritores selecionados.

O lançamento da Coletânea aconteceu no Armazém 12, no Cais do Apolo, bairro do Recife Antigo, no dia 16 de agosto às 18h. Registrou-se a presença do Prefeito da Cidade do Recife João Paulo e o Secretário de Cultura, além de vários poetas e escritores.

Os poetas selecionados para esta edição foram:



José Carlos Santos Peres

Érico Andrade Marques de Oliveira

Júlia Maria Raposo Gonçalves de Melo Larré

Fábio Cavalcante de Andrade

Solange Firmino de Souza

Clairton Martin

Júlio César Tavares Dias

Genivaldo de Souza Vieira

Osvaldo Copertino Duarte

Marcos Antônio Rocha Apolinário Santana



Mais informações aqui.

terça-feira, outubro 16, 2007

Héstia e Vesta, Divindades do Fogo e do Lar


O fogo era considerado sagrado por vários povos na antiguidade. Na mitologia grega há uma história que conta como o titã Prometeu roubou o fogo de Zeus e entregou aos homens. Com esse dom, o homem pôde se aquecer, construir ferramentas, cultivar a terra e cozinhar alimentos. Além disso, o fogo representa a vontade humana por conhecimento.

Devido à importância do fogo, em muitos templos gregos as chamas eram mantidas acesas permanentemente, como no templo de Héstia em Olímpia. Na cidade de Olímpia aconteciam em honra a Zeus os “Jogos Olímpicos”. Durante uma cerimônia, as sacerdotisas de Héstia acendiam o fogo que ficaria aceso durante os jogos. Quem deixasse o fogo se extinguir poderia ser castigado.

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Solange Firmino

Texto completo na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.


domingo, setembro 30, 2007

A matriarcais Erínias

Clitemnestra era cortejada por Agamêmnon quando ainda era casada com Tântalo II. Agamêmnon assassinou o marido e o filho recém-nascido dela, forçando-a a casar com ele. Antes de ir para a Guerra de Tróia, Agamêmnon atraiu Clitemnestra até Áulis sob falso pretexto de casar a filha Ifigênia. Mas a rainha teve que ver o sacrifício da filha, para que o marido conseguisse bons ventos para a viagem. Nos longos anos em que o marido esteve na guerra, sem esquecer do sofrimento e humilhação pelo qual já passara, Clitemnestra uniu-se, talvez por vingança, a Egisto.

Após dez anos em Tróia, Agamêmnon voltou para Micenas, trazendo como espólio de guerra a profetisa Cassandra, irmã do raptor de Helena. Clitemnestra recebeu o rei e o sacrificou dentro do palácio, com a ajuda do amante Egisto. Depois foi a vez de Cassandra.

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Solange Firmino

Texto completo na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.



Imagem: Orestes perseguido pelas Erínias, de William A. Bouguereau

domingo, setembro 16, 2007

As Amazonas


Donas de armas, cavalos e com uma estrutura social própria, as mulheres guerreiras chamadas de Amazonas foram imortalizadas na maioria das lendas como assassinas de homens. Como viviam em ilhas ou perto do mar, essas mulheres recebiam visitas de aventureiros, e dizem que elas engravidavam deles e ficavam somente com as filhas, escravizando ou matando os filhos.

Segundo uma lenda, as Amazonas eram filhas de Ares, deus da guerra. O deus teria dado um cinturão para a rainha Hipólita como símbolo do poder que a Amazona exercia sobre seu povo. O cinturão tem uma simbologia com “ligar”. Além de transmitir força, poder e proteção – tem valor iniciático.

A mais célebre luta das Amazonas aconteceu com o herói Hércules, que foi com alguns voluntários ao país das guerreiras a pedido da filha de Euristeu, Admeta, para buscar o Cinturão de Hipólita. Hércules raptou Hipólita e provocou a guerra das Amazonas contra Atenas.

Hipólita resolveu entregar o cinturão a Hércules, mas Hera se disfarçou em amazona e provocou uma briga entre as habitantes do local e os companheiros de Hércules. O herói, achando que foi traído por ela, a matou.

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Solange Firmino

Texto completo na coluna Mito em Contexto.


*Imagem: representação de Ártemis de Éfeso com os seios.

segunda-feira, setembro 03, 2007

O sacrifício de Ifigênia


Ifigênia era descendente de Zeus. Clitemnestra, sua mãe, era filha de Leda com o deus. Clitemnestra ainda era casada com Tântalos II quando Agamêmnon o matou e ao filho do casal, depois a forçou a se casar com ele. Entre os filhos de Agamêmnon e Clitemnestra estavam Ifigênia, Electra, e Orestes. Clitemnestra era irmã de Helena, a bela mulher que foi motivo da Guerra de Tróia.

Helena tinha muitos pretendentes. O pai mortal, Tíndaro, decidiu respeitar a decisão dela na escolha do noivo. E caso ele fosse atacado, todos os outros deveriam socorrê-lo. Quando o troiano Páris raptou Helena, o escolhido Menelau pediu ao irmão e rei de Micenas, Agamêmnon, a formação de um exército para invadir Tróia e recuperar a esposa. Os demais reis ligados ao juramento também foram convocados para o ataque.

Durante uma caçada antes da viagem, Agamêmnon matou uma corça consagrada à Ártemis, ou teria dito que nem ela o faria melhor. A deusa impediu que os ventos soprassem e a frota parou em Áulis. O adivinho Calcas revelou que Ártemis exigia o sacrifício da filha mais velha de Agamêmnon para que conseguissem embarcar.

O rei micênico viveu um dilema entre manter a filha viva e seu dever enquanto governante. Os intérpretes falavam a vontade dos deuses, e os interesses coletivos eram mais importantes que os individuais. O coletivo desejava o sacrifício de Ifigênia. O rei concordou com a situação após ser convencido por Menelau e Ulisses.

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Solange Firmino

Texto completo na coluna Mito em contexto.

sábado, agosto 18, 2007

Aedo, Servo das Musas



O poeta Carlos Drummond de Andrade sabia do encantamento das palavras: “Certa palavra dorme na sombra/ de um livro raro./ Como desencantá-la? ” E sempre buscou desencantá-las: “Chega mais perto e contempla as palavras./ Cada uma/ tem mil faces secretas sob a face neutra/ e te pergunta, sem interesse pela resposta,/ pobre ou terrível, que lhe deres:/ Trouxeste a chave?

Antes da invenção do alfabeto, os antigos gregos acreditavam que as Musas davam essa chave aos poetas. Os poetas que recebiam das Musas o dom de desencantar as palavras eram os aedos. Eles compunham canções ao som da lira, e conseguiam transmitir os segredos das palavras através da poesia.

Quando as canções passaram a ser escritas, os aedos desapareceram. Duas obras atribuídas a Homero, considerado o mais célebre poeta grego da antigüidade, ainda existem como canções daquela época, a Ilíada e a Odisséia. A Odisséia fala da peregrinação de Ulisses por dez anos até Ítaca, após a Guerra de Tróia. E a Ilíada, narra o nono ano da Guerra de Tróia. Os poemas eram compostos e cantados pelos aedos.

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Solange Firmino

Texto completo na coluna Mito em Contexto.


Imagem: "Hesíodo e a Musa", Gustave Moreau.


segunda-feira, agosto 13, 2007

Pais castradores e devoradores... e outros pais.


Desde que nasce, o bebê pode criar um vínculo afetivo com a mãe, se for criado por ela. O vínculo com a mãe, biológica ou não, é necessário para a sobrevivência da criança, que depende de alimentação e cuidados, além de amor e carinho.
Na família tradicional "ideal", a mãe era a responsável exclusiva pela realização das tarefas domésticas e criação dos filhos. O pai era a autoridade responsável pelo sustento da família e imposição de limites na educação.
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Solange Firmino
Texto completo na coluna Orkultural nº 22
Goya - Crono devora os filhos


Urano, Crono e Zeus, pais castradores e devoradores
Do Caos surgiu Gaia, a Terra, que criou Urano, o Céu, para preencher o espaço vazio sobre ela. De Gaia e Urano nasceram os Hecantoquiros, os Ciclopes, as Titânidas e os Titãs. Mas Urano, temendo perder o poder, devolveu os filhos ao ventre de Gaia e continuou fecundando-a.
A fecundidade imposta pelo marido e a tristeza pelo destino dos filhos fizeram com que Gaia sofresse e conspirasse contra Urano. Gaia queria os filhos vivos e os libertou às escondidas. O titã Crono, único que não se recusou a ajudá-la, lutou contra o pai com uma foice e o castrou.
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Solange Firmino
Texto completo na coluna Mito em Contexto nº 7



sábado, agosto 04, 2007

O desmedido Ícaro

Todas as culturas destacam o céu como um lugar especial. Lá estão representados os heróis e os deuses, as crenças, as esperanças e os temores. O homem sempre buscou um meio de atingir o céu, não somente o céu mítico, com seus paraísos e delícias, mas também o lugar onde ficam as constelações, a lua e os planetas. Um exemplo mítico do desejo de alcançar o céu está na história de Ícaro e seu pai Dédalo - um arquiteto que vivia exilado em Creta por ter sido responsável por uma morte em Atenas.

O rei de Creta, Minos, devia sacrificar um touro ao deus Poseidon, mas ficou com o animal para si. Furioso, Poseidon fez com que a esposa de Minos, Pasífae, ficasse apaixonada pelo touro. A rainha procurou Dédalo, que fabricou uma novilha de bronze para enganar o animal. Pasífae entrou no simulacro e consumou sua paixão, concebendo depois o Minotauro, monstro metade touro, metade homem.

A pedido do rei, Dédalo construiu o Labirinto, um emaranhado de corredores e quartos de onde só ele conseguiria sair. Nesse lugar, Minos colocou o monstro, que era alimentado com carne humana. Minos combinou em se retirar de uma luta contra Atenas se fosse enviado um tributo a Creta: de 9 em 9 anos, 7 moças e 7 rapazes serviriam de alimento ao Minotauro.

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Solange Firmino


Leia o texto completo na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.


Poema "Geometria de Ícaro".

quinta-feira, julho 19, 2007

Pergaminho, papel e bytes


Atualmente os livros vendem milhões de cópias. Há alguns séculos, quando não havia papel, seria bem difícil tantas pessoas terem acesso a esse tipo de leitura, afinal, nem sempre as informações foram impressas em papel ou armazenadas em e-book e cd-rom.

O homem já pintou nas cavernas, inventou escritas e também várias formas de desenhá-las. Os povos mais antigos usavam os materiais disponíveis onde viviam, incluindo vegetais, animais e minerais. Desde os tijolos de barro dos sumérios aos dígitos do computador, o livro tem muita história para contar, passando principalmente pela escrita em papiro, obtido no preparo de hastes de junco, e pergaminho, feito de pele de animal.

No século VI a.C. os egípcios exportavam papiro os povos do Mediterrâneo. Parte da História do Egito chegou até nós graças ao que consta nos rolos de papiro encontrados nos túmulos de nobres e de faraós.

O pergaminho inventado na Ásia Menor parece mais com nosso livro, pois podia ser utilizado dos dois lados e os escritos podiam ser raspados. O códice era um livro feito com folhas de pergaminho costuradas, como o formato do livro hoje.

A Igreja Católica, que já queimou muitos livros, mantinha nos mosteiros os centros de difusão onde se produziam manuscritos. Mas o papel só foi utilizado pela primeira vez na China, nos primeiros séculos depois de Cristo, e suplantou os materiais anteriores. A imprensa só foi inventada por Gutenberg no século XV, provocando o aumento de autores e leitores, além de tiragens maiores de livros.

Ao mesmo tempo em que os livros eletrônicos nos fascinam, nos deparamos com escritos antigos nas incríveis descobertas arqueológicas. As escrituras mais antigas (já descobertas) da Bíblia estavam escritas em pergaminhos. Os Pergaminhos do Mar Morto foram expostos há poucos anos, inclusive no Brasil. Eles foram encontrados em 1947 nas cavernas de Qumram, em Israel, e trouxeram novidades sobre Judaísmo, Cristianismo e Islamismo, as três principais religiões monoteístas.

O papel substituiu o pergaminho, os bytes substituem os manuscritos; as telas substituem o papel. Os meios audiovisuais são muitos. Na cultura dos bytes e bits, as bibliotecas estão quase se tornando museus. Nossa memória está on line.

Os livros de papel perderam a novidade, mas não a importância. Quem conhece informática sabe que os arquivos armazenados são funcionais, mas são falíveis... E se não fosse a sobrevivência de muitos manuscritos, certamente não teríamos acesso a tantos escritos antigos. Não custa nada guardar um pouquinho da nossa escrita aos povos que virão.

Solange Firmino

Texto publicado na coluna Orkultural, em Blocos online.

Alexandre Magno, filho dos deuses

Em 356 a.C. Olímpia era rainha da Macedônia e deu à luz seu primeiro filho. Na noite em que o menino foi concebido, um relâmpago atingiu a mãe no ventre. O rei Filipe encontrou a esposa dormindo ao lado de uma serpente. Não sabemos se os fatos são verdadeiros, mas o menino era Alexandre, o homem que, enquanto vivo, já era lendário.

Na época em que Alexandre nasceu, as cidades-estado da Grécia e o Império Persa há muito brigavam. Apesar das vitórias, a Grécia ainda não era uma nação unida. No auge do poder, Filipe fundou a Liga de Corinto e unificou a maioria das cidades gregas, com exceção de Esparta. Seu sonho era unir gregos e macedônios contra o Império Persa, mas não deu tempo de realizá-lo, pois foi apunhalado em uma festa.

O filho de 20 anos subiu ao trono em meio a intrigas. Provou que era um herdeiro à altura e eliminou os adversários do reino. Antes de completar 30 anos, Alexandre era o maior conquistador da época, e um dos maiores até hoje. Foi senhor de um grande império e responsável por uma campanha militar espetacular. Descrições e relatos dizem que era belo e não passava de um metro e meio de altura, o que não impediu que fosse conhecido como Alexandre, o Grande.
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Solange Firmino


Texto completo na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.

segunda-feira, julho 02, 2007

A mítica Guerra de Tróia


Os eventos que causaram a Guerra de Tróia fazem parte de relatos conhecidos como Ciclo Troiano. Algumas histórias estão nos poemas homéricos, a Ilíada e a Odisséia, e outras foram retiradas de fontes como os antigos dramaturgos gregos. A Ilíada narra os episódios finais da guerra e a Odisséia conta sobre a volta de Odisseu (Ulisses) até sua terra natal, que demorou dez anos.

Uma das narrações mais importantes sobre o motivo da Guerra de Tróia está relacionada com a nereida Tétis, filha de Dóris e do Velho do Mar, Nereu. Zeus e Poseidon desejavam Tétis, mas um oráculo revelou que o filho dela com um dos dois seria mais poderoso que o pai. Os deuses desistiram e logo conseguiram um marido mortal para ela.

Tétis nunca se conformou com a mortalidade do marido e, na ânsia de imortalizar os filhos, já havia matado seis, quando Peleu pegou o sétimo, Aquiles, no momento em que ela o segurava pelo calcanhar para temperá-lo no fogo. O herói se tornou invulnerável, exceto no calcanhar... Tétis abandonou o marido, mas sempre protegeu o filho, como vemos nas suas aventuras contadas na Ilíada.

Durante as núpcias de Tétis e Peleu, Éris – a Discórdia – convidada a não comparecer, jogou a maçã de ouro, o chamado Pomo da Discórdia, para a mais bela. Hera, Atena e Afrodite se levantaram para a disputa. Ninguém presente se atreveu a decidir e a responsabilidade ficou para o mortal Páris, que vivia na Ásia Menor.

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Solange Firmino

Texto completo em Blocos online, na coluna Mito em Contexto.


Imagem: Helena de Tróia, de Evelyn de Morgan 1898

terça-feira, junho 19, 2007

Os amores de Zeus

Zeus pertence à terceira geração divina: destronou o pai Crono, que já havia destronado o pai Urano. Após anos de luta contra os Titãs, Zeus venceu e conquistou o Olimpo. Castigou os inimigos, concedeu o poder do mar para o irmão Poseidon, o mundo subterrâneo para o irmão Hades, e tomou para si o céu e o poder do mundo mítico.

O domínio de Zeus também foi consolidado com uniões amorosas que produziram deuses e heróis, confirmando um de seus atributos de deus da fertilidade. Muitas regiões da Grécia diziam ter um herói nascido dos amores de Zeus. Famílias reais ou míticas apontavam um ancestral como filho de Zeus, afinal, a origem divina também era um atributo da realeza.

Vários estudos sobre seus amores explicam a simbologia que eles contêm, além do ritual religioso politeísta em que um deus celeste fecunda a terra, daí suas uniões com divindades de estrutura ctônia como Europa, Deméter, Sêmele e outras . As uniões com deusas pré-helênicas explicam o sincretismo que faz da religião grega uma mistura de crenças, e faz de Zeus o seu representante máximo.

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Solange Firmino


Texto completo em Blocos online, na coluna Mito em Contexto.


Imagem: Europa e o touro, de Gustave Moreau

domingo, junho 03, 2007

Faetonte, filho do Sol

Hélio era considerado o Sol divinizado e era representado como um jovem coroado de raios solares. Hélio regia o ciclo das estações e a produtividade do solo antes de ser assimilado pelo deus Apolo. Da união de Hélio com Clímene nasceram Faetonte e as helíades (Mérope, Hélie, Febe, Etéria, Dioxipe e Lapécia).

O mortal Faetonte foi criado pela mãe e não sabia quem era seu pai até o início da adolescência, quando a mãe contou. O rapaz procurou o pai e ficou deslumbrado com o palácio claro e brilhante de Hélio.

Faetonte quis uma confirmação da paternidade e Hélio disse que ele poderia pedir o que quisesse. Ele pediu para reger o Carro do Sol, que era usado para percorrer o céu durante o dia e derramar a luz no mundo.

Faetonte desejou algo que nem o imortal Zeus fizera. Hélio se arrependeu do juramento, pois sabia que a tarefa não era fácil e ele mesmo enfrentava dificuldades. Era preciso ter firmeza na estrada aérea, lá também havia monstros e perigos, como as tesouras do Escorpião.

Mas era o que Faetonte queria e nenhuma palavra o fez desistir. Logo cedo ele se preparou para realizar a tarefa, ouvindo ainda os clamores do pai para não usar chicote e segurar os animais nas rédeas. Mais que tudo, o pai dizia que não podia ir rasteiro na terra, nem levantar vôo no céu, senão incendiaria o tudo. O conselho final foi “Voa no meio e correrás seguro”.

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Solange Firmino


Texto integral na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.

Imagem: Faetonte, Johann Liss

sábado, maio 26, 2007

A importância do livro no Brasil do século XXI


O texto abaixo faz parte da antologia "A importância do livro no Brasil do século 21", prêmio para os professores autores das 100 melhores redações enviadas para o concurso de redação realizado pela Academia Brasileira de Letras e Folha Dirigida. Fiquei em vigésimo lugar.


A importância do livro no Brasil do século XXI


Atualmente o acesso à informação é feito de diversas formas, desde o livro eletrônico ao livro impresso. Não é preciso memorizar um livro com medo de que ele suma do mercado. Professores dão aulas com o apoio de livro e bombeiros apagam incêndios.
Mas os bombeiros incendeiam e os professores não têm livros em “Farenheit 451”, livro de Ray Bradbury, escrito na década de 50 e virou filme pelo cineasta François Truffaut na década de 60.

Nas sociedades utópicas dos livros e filmes a sonhada reforma social é realidade. A perfeição é conseguida com a eliminação dos excessos e da propriedade privada. Em “Farenheit 451” o excesso é o livro. Qualquer leitura é proibida e as pessoas vêem televisão com programação controlada.

Quando o controle dessa sociedade ideal é corruptível e a tecnologia que controla as normas criadas para o bem comum é opressiva, temos uma distopia. O bombeiro que queimava livros um dia leu um livro por curiosidade e sua vida mudou. Nada é a mesma coisa quando se conhece.

Em uma sociedade onde os livros são queimados, o conhecimento sobrevive quando há homens que guardam e transmitem o conhecimento. Em “Farenheit 451”, os homens-livro se dedicam a guardar na mente seu livro predileto. Eles se apresentam com o nome e o autor do livro decorado. O conhecimento que os homens carregam é um bem precioso, por isso, sua tarefa era perpetuar a memória dos livros passando o que sabia para os mais jovens.

Uma frase atribuída ao político romano Caio Graco diz "Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas". Em todas as épocas, as sociedades reais ou utópicas temem os livros pela mudança que muitas leituras podem provocar nas pessoas. E são as pessoas que modificam o mundo com seus atos bons e maus. Na mitologia, Prometeu roubou o fogo do conhecimento dos deuses. Na Bíblia, Adão e Eva comeram o fruto da árvore do conhecimento. Fomos todos punidos por esses atos “simbólicos”. O conhecimento é perigoso para a ordem do mundo porque ele pode transformar quem somos e nós transformamos tudo ao nosso redor.

Na Idade Média, o Santo Ofício da Inquisição queimou livros, além de seres humanos, e criou um Índice de livros proibidos. Hoje a Igreja não proíbe abertamente livros polêmicos para sua doutrina, como “O Código da Vinci” de Dan Brown, mas aconselha aos fiéis na verdade sobre Jesus Cristo.

Perdemos livros na destruição da biblioteca de Alexandria e em saques e incêndios durante vários séculos de existência do livro. Não existem mais os livros secretos que podiam contar sobre civilizações desaparecidas e temas como alquimia, magia, ciência e extraterrestres.

Livros sempre foram considerados perigosos, mas muitos sobreviveram depois das guerras, ditaduras e fogueiras. Pessoas foram perseguidas e mortas, bibliotecas foram saqueadas, mas as memórias dos livros e das histórias que os homens viveram sobrevivem de uma forma ou de outra, impressas, manuscritas, em bytes ou na memória daqueles que lembram.

Dos tijolos de barro aos dígitos eletrônicos, o livro tem muita história para contar. Nem sempre as escritas foram em papel, ou tivemos computador para armazenar informações. Os povos antigos usavam materiais disponíveis, como vegetais, animais e minerais. O papel substituiu o pergaminho, os bytes substituíram os manuscritos, as telas substituíram o papel. Os meios audiovisuais são muitos. Os livros de papel perderam a novidade, mas não a importância.

O escritor brasileiro Monteiro Lobato falou sobre a importância do conhecimento produzido pelo homem, armazenado nos livros, quando disse que “um país se faz com homens e livros”. Claro que não são os livros que constroem uma nação, mas os pensamentos, as idéias e vontades dos homens que lêem o mundo, lembremos a citação de Caio Graco.

No Brasil importa mais vender livros e não formar leitores. Programas de leitura distribuem livros para ganhar espaço na mídia. Nesse contexto, é mais urgente que tenhamos não os livros, mas a depreensão dos seus conteúdos. Em um período em que a exclusão digital pode deixar de lado quem não exercer a prática da leitura e escrita, é indispensável atribuir a devida importância ao livro.

Aqueles homens-livro esperam que um dia os livros sejam impressos e que cada um seja chamado para recitar o que aprendeu. O que você tem aprendido? Que livros você tem incorporado? Qual o seu nome? Prazer, meu nome é “Cem anos de solidão”, de Gabriel García Márquez.

Solange Firmino



sábado, maio 19, 2007

Os Ventos


Os astros estão nas alturas do céu, mas abaixo deles há a região de nuvens, onde ficam as tempestades e os ventos. Na mitologia, os ventos eram filhos do Céu e da Terra. Os poetas antigos representavam os ventos como divindades gigantes, inquietas e turbulentas – e para se reconciliar com eles era preciso lhes dirigir preces e sacrifícios.

Homero escreveu que a morada dos ventos era nas ilhas Eolianas – entre a Sicília e a Itália – e seu rei era Éolo, que mantinha os ventos retidos nas cavernas. Se não fosse assim, os temidos prisioneiros varreriam tudo com sua força: os mares, as terras e a abóbada celeste.

Éolo reinava com seus súditos, mas estava subordinado a Zeus. Só podia prender ou soltar um vento sob a ordem do pai dos deuses. Na Odisséia há um episódio que narra como Éolo, por conta própria, entregou a Ulisses alguns ventos para auxiliá-lo quando precisasse na longa na viagem de volta a Ítaca. Os companheiros de viagem de Ulisses abriram imprudentemente o presente e houve uma grande tempestade que destruiu o navio.
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Solange Firmino


Texto integral na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.


Imagem: Torre dos Ventos em Atenas, clicada por mim.


sábado, maio 12, 2007

sábado, maio 05, 2007

Musas inspiradoras e protetoras





No mundo antigo, acreditavam que o poeta recebia inspiração para narrar as ações heróicas e as vidas dos deuses. Os poetas eram servidores das Musas, e eles dedicavam a elas uma veneração tão ritual que muitos se diziam profetas. Para eles, a influência de uma musa não era só inspiração, diziam que a própria Deusa cantava através deles. Aos poucos as Musas se tornaram inspiradoras e protetoras de toda forma de arte.

Conta uma lenda que Zeus perguntou aos deuses se faltava algo mais para que o Olimpo fosse perfeito. Os deuses pediram que Zeus criasse divindades que enaltecessem a vitória dos olímpicos sobre os Titãs.

Zeus se uniu durante nove noites a Mnemósine (Memória), que deu à luz as nove Musas, ao mesmo tempo.

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Solange Firmino

Texto integral na coluna Mito em Contexto, em Blocos online

segunda-feira, abril 16, 2007

Narciso e sua imagem

Na mitologia, os oceanos e os rios eram elementos personificados que tiveram muitos filhos. O rio Céfiso e a ninfa Liríope tiveram Narciso como filho. Como as ninfas também são divindades ligadas à água, Narciso teria atração pela água por causa do pai e da mãe. E na água ele teve seu destino realizado.

Narciso era lindo e desejado pelas ninfas e jovens da Grécia, inclusive pelas deusas. Preocupada com as conseqüências de tanto assédio, sua mãe consultou o oráculo Tirésias, que disse que Narciso viveria muitos anos, desde que não se visse.
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Solange Firmino

Texto integral na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.

Imagem: Eco e Narciso. John William Waterhouse, 1903.


segunda-feira, abril 02, 2007

Hefestos, o deus feio e habilidoso


 O Senhor do Olimpo, Zeus, casou com Hera e os dois tiveram muitos filhos. Hefestos aparece em várias lendas como filho de Hera, que o teria gerado sozinha em desafio ao marido, pai de vários filhos com outras mulheres. Quando falamos que alguém é bonito como um deus grego, certamente não nos referimos a Hefestos, pois, ao contrário dos deuses belos e fisicamente perfeitos, ele era feio e coxo.
 Uma versão da sua deformidade diz que tentou defender a mãe em uma discussão com Zeus e este o atirou do Olimpo. Na versão mais popular, a própria mãe o jogou, envergonhada com sua feiúra. Em qualquer dos casos, ao fim da queda, Hefestos caiu na ilha de Lemnos e ficou mutilado. Salvo pela nereida Tétis e a oceânide Eurínome, Hefestos cresceu enquanto trabalhava nas grutas de Lemnos com ferro, bronze e metais preciosos. 

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Solange Firmino

Texto integral na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.

Imagem: Hefestos com o escudo de Hércules.

terça-feira, março 20, 2007

Um deus da mitologia no teatro


Os deuses cultuados na Grécia antiga tinham vontades e personalidades como as humanas, e muitas das suas características eram ligadas aos elementos da natureza. Um deus especial era Dioniso, cultuado como deus do vinho, da fertilidade e do Teatro.

Não sabemos muito sobre a origem do teatro, mas muito do que já se especulou sobre o assunto levou a acreditar que os elementos que fazem parte da sua história começaram a aparecer nos festivais em honra ao deus Dioniso.

Os antigos gregos faziam em homenagem a Dioniso algo parecido com as procissões que relembram a vida, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. Rituais e festas eram realizados contando a história de dor e alegria de Dioniso, como o nascimento conturbado, a destruição pelos titãs e o renascimento.

O culto a Dioniso estava relacionado aos ciclos da natureza e realizado na época da colheita da uva, para agradecer a abundância da vegetação. Abundantes também eram nessas festas o vinho, o canto e a dança. Faziam parte das homenagens frenéticas ao deus os participantes vestidos e mascarados de bode, ninfas e sátiros, relembrando quando Dioniso menino corria pelos bosques acompanhado das ninfas, arrastando seres fabulosos como sátiros, centauros e mênades, entre outros.

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Solange Firmino

Texto integral na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.


* Fotografia: ruínas do Teatro de Dioniso em Atenas, tirada por mim.


terça-feira, março 06, 2007

As viagens são o que somos




Meu texto ficou em terceiro lugar no CONCURSO Relatos de Viagem.

Praia ou montanha. Europa ou América. Aprender uma nova língua, visitar parentes, passar férias ou lua-de-mel. As opções são muitas. Algumas vezes nosso desejo de viajar para um lugar depende dos sonhos ou de uma propaganda interessante. Mas pessoas são diferentes e os atrativos procuram agradar a gregos e troianos. Eu fico com os gregos.

Não é preciso muita propaganda para falar da Grécia. Se eu nunca tivesse lido um guia sobre a Grécia, iria do mesmo jeito. Lia sobre roteiros, museus e hotéis para escolher meu tipo de viagem. Daí o título do texto, modificado de uma frase de Fernando Pessoa: “As viagens são os viajantes. O que vemos não é o que vemos, senão o que somos”.

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Confiram:

http://www.sandrasantos.com/blog.htm

Em Blocos online (o relato sem fotos) : Textos premiados


Outros relatos dessa viagem nos links:


Viagem à Grécia parte I
Viagem à Grécia parte II
Mosteiros de Meteora

Outra viagem:

Toronto e Cataratas do Niágara

domingo, março 04, 2007

A mulher guerreira

Os homens costumam dizer que não entendem as mulheres. Provavelmente os homens, e até as mulheres, que não conhecem as deusas da mitologia não entendem mesmo. Há muitos estudos que pretendem conhecer a alma feminina, e muitos deles oferecem características arquetípicas das deusas como fontes dos padrões emocionais dos sentimentos, pensamentos e comportamentos femininos.

Um desses arquétipos é o da guerreira ou heroína, que possui características de bravura e coragem, tão necessárias à sobrevivência no mundo masculino e patriarcal. Atena é a deusa que nasceu guerreira, quando saltou adulta e armada da cabeça de Zeus. Repetindo o comportamento do avô Urano e do pai Crono, que engoliam seus filhos temendo a perda do trono, Zeus engoliu Métis quando estava grávida dele. Depois, com muita dor, Zeus pediu que Hefesto lhe abrisse a cabeça, donde saltou Atena.

Por ter saído da cabeça do deus, o maior poder de Atena era o mental. É o máximo de exemplo da mulher inteligente, de mente lógica e governada pela razão. A deusa da sabedoria era também protetora das artes e trabalhos manuais, um dos motivos pelos quais foi desafiada pela tecelã Aracne, que dizia ser mais perfeita que a deusa. Atena entrou disfarçada em um concurso com Aracne, que mostrou um trabalho impecável ilustrando os amores da Zeus. A deusa ficou brava e o destruiu, induzindo Aracne a se enforcar. Depois a deixou viver como aranha, condenada a tecer para sempre.



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Leia o texto integral na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.



Foto: Eu em frente ao Parthenon, templo dedicado à deusa Atena, na cidade de Atenas, Grécia.


terça-feira, fevereiro 20, 2007

O fardo de Atlas


Muitas vezes nos sentimos cansados, como se carregássemos o mundo nas costas, tanto é o peso de algumas dificuldades pelas quais passamos. Mas é só uma sensação, pois o globo terrestre é bem pesado para a nossa frágil coluna. Na mitologia, esse peso foi suportado pelo gigante Atlas, que recebeu a penosa tarefa de Zeus, Senhor do Olimpo.

Zeus escapou de ser devorado pelo pai Crono graças à sua mãe, e cresceu na ilha de Creta. Quando adulto, destronou o pai e travou várias lutas pelo poder, como a titanomaquia, em que Atlas comandou os titãs contra Zeus. Após vencer a luta, Zeus castigou os inimigos e os lançou no Tártaro, a região mais profunda do Hades. O castigo de Atlas foi sustentar a abóbada celeste, por isso sua representação era com o globo terrestre nos ombros.

(...)

Fardo de Atlas

Envergo,
mas não desisto.
Carrego nas costas
o peso do mundo.
Deitam em meu ombro
as mágoas dos homens.
Escorregam pelo corpo
lágrimas
que não são só minhas.
Junta-se ao meu cansaço
o cansaço de muitos.

Solange Firmino


* Leia o texto integral na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.


*Imagem: Atlas farnese - cópia romana do original grego do Período Helenístico.

sábado, fevereiro 10, 2007

Quinze minutos de fama


A primeira edição da coluna Orkultural, em Blocos online, aconteceu em setembro de 2005, idealizada pela poeta e webdesigner Christina M. Herrman, uma carioca que vive na na Alemanha. Chris, como é chamada pelos amigos, já estava há vários meses no Orkut com suas comunidades, como “Café Filosófico das Quatro” e “Sociedade dos Pássaros-Poetas”. Na época, eu cheguei a auxiliar por um tempo nesse prazeroso e penoso trabalho de gerenciar tais comunidades, sempre em crescimento.

Em parceria com Blocos Online, Chris criou a “Orkultural”, como ela disse no primeiro texto, que pretendia “trazer aos internautas indicações e novidades das comunidades no orkut, comentários e links para orientá-los nesse novo e crescente universo virtual.”

A comunidade Orkultural concentra as informações de várias comunidades e eventos dentro e fora do Orkut. Os membros comentam e debatem sobre diferentes temas e divulgam informações. Quinzenalmente Chris organiza o que há de melhor e mais importante na coluna que vai para o portal Blocos online.

Não é exagero falar em Universo quando falamos de internet. A cada dia são criados milhares de blogs, cadastros, perfis e fichas virtuais.

Depois de mais de um ano de trabalho, fechamos o ano de 2006 com chave de ouro e Chris divulgou os agradecimentos ao “AcessaSP do Portal do Estado do Governo de São Paulo pela notícia veiculada que aponta a comunidade Orkultural entre as mais construtivas do Orkut.”

Parabenizo Leila e Chris pelo destaque da comunidade Orkultural, também uma coluna em Blocos online, como uma das "comunidades construtivas" e interessantes no Orkut.

Solange Firmino


Visite a página do Café Filosófico das 4 e lá encontrará os links das comunidades citadas acima.


segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Sob o céu de Urano

Quem nunca olhou “pálido de espanto” para o céu estrelado, como nos versos de Olavo Bilac?
Ora (direis) ouvir estrelas! Certo/ Perdeste o senso! E eu vos direi, no entanto,/ Que, para ouvi-las, muita vez desperto/ E abro as janelas, pálido de espanto.../ / E conversamos toda a noite, enquanto/ A Via Láctea como um pálio aberto,/ Cintila.(...)
O homem sempre quis saber por qual motivo vive na Terra. E procurou entender o que os astros fazem acima de nós. Antes de saber escrever, já lia o céu e constatava os fenômenos naturais. Percebeu os movimentos das estrelas, as fases da lua, eclipses, trovões e outros elementos que fizeram com que ele colocasse no céu deuses e fenômenos sobrenaturais.
Nas lições da mitologia grega, o Céu é Urano, o deus primordial que representava o espaço. A Terra, ou Gaia, surgiu do Caos e criou Urano para preencher o espaço vazio sobre ela. Bem mais tarde, quando deixou os mitos de lado, o homem apontou a luneta para o céu e o viu com os olhos da ciência.
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Solange Firmino
Texto completo na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.


domingo, janeiro 21, 2007

A importância do livro no Brasil do século 21


A premiação dos professores autores das 100 melhores redações enviadas para o Concurso de Redação para Professores será no dia 7 de fevereiro. No mesmo dia será lançada a coletânea "A importância do livro no Brasil do século 21", tema das redações dos educadores. O evento ocorrerá na Academia Brasileira de Letras.

Os três primeiros lugares do concurso receberão prêmios em dinheiro. Os 20 primeiros colocados (e eu estou entre eles) receberão uma edição do "Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa".

Todos os 100 autores dos textos da coletânea ganharão um certificado, uma coleção de livros editados pela ABL e pelo grupo Folha Dirigida, e uma assinatura semestral da Folha Dirigida online. O concurso foi realizado pela Academia Brasileira de Letras e pela Folha Dirigida.

Solange Firmino