quinta-feira, julho 19, 2007

Pergaminho, papel e bytes


Atualmente os livros vendem milhões de cópias. Há alguns séculos, quando não havia papel, seria bem difícil tantas pessoas terem acesso a esse tipo de leitura, afinal, nem sempre as informações foram impressas em papel ou armazenadas em e-book e cd-rom.

O homem já pintou nas cavernas, inventou escritas e também várias formas de desenhá-las. Os povos mais antigos usavam os materiais disponíveis onde viviam, incluindo vegetais, animais e minerais. Desde os tijolos de barro dos sumérios aos dígitos do computador, o livro tem muita história para contar, passando principalmente pela escrita em papiro, obtido no preparo de hastes de junco, e pergaminho, feito de pele de animal.

No século VI a.C. os egípcios exportavam papiro os povos do Mediterrâneo. Parte da História do Egito chegou até nós graças ao que consta nos rolos de papiro encontrados nos túmulos de nobres e de faraós.

O pergaminho inventado na Ásia Menor parece mais com nosso livro, pois podia ser utilizado dos dois lados e os escritos podiam ser raspados. O códice era um livro feito com folhas de pergaminho costuradas, como o formato do livro hoje.

A Igreja Católica, que já queimou muitos livros, mantinha nos mosteiros os centros de difusão onde se produziam manuscritos. Mas o papel só foi utilizado pela primeira vez na China, nos primeiros séculos depois de Cristo, e suplantou os materiais anteriores. A imprensa só foi inventada por Gutenberg no século XV, provocando o aumento de autores e leitores, além de tiragens maiores de livros.

Ao mesmo tempo em que os livros eletrônicos nos fascinam, nos deparamos com escritos antigos nas incríveis descobertas arqueológicas. As escrituras mais antigas (já descobertas) da Bíblia estavam escritas em pergaminhos. Os Pergaminhos do Mar Morto foram expostos há poucos anos, inclusive no Brasil. Eles foram encontrados em 1947 nas cavernas de Qumram, em Israel, e trouxeram novidades sobre Judaísmo, Cristianismo e Islamismo, as três principais religiões monoteístas.

O papel substituiu o pergaminho, os bytes substituem os manuscritos; as telas substituem o papel. Os meios audiovisuais são muitos. Na cultura dos bytes e bits, as bibliotecas estão quase se tornando museus. Nossa memória está on line.

Os livros de papel perderam a novidade, mas não a importância. Quem conhece informática sabe que os arquivos armazenados são funcionais, mas são falíveis... E se não fosse a sobrevivência de muitos manuscritos, certamente não teríamos acesso a tantos escritos antigos. Não custa nada guardar um pouquinho da nossa escrita aos povos que virão.

Solange Firmino

Texto publicado na coluna Orkultural, em Blocos online.

Alexandre Magno, filho dos deuses

Em 356 a.C. Olímpia era rainha da Macedônia e deu à luz seu primeiro filho. Na noite em que o menino foi concebido, um relâmpago atingiu a mãe no ventre. O rei Filipe encontrou a esposa dormindo ao lado de uma serpente. Não sabemos se os fatos são verdadeiros, mas o menino era Alexandre, o homem que, enquanto vivo, já era lendário.

Na época em que Alexandre nasceu, as cidades-estado da Grécia e o Império Persa há muito brigavam. Apesar das vitórias, a Grécia ainda não era uma nação unida. No auge do poder, Filipe fundou a Liga de Corinto e unificou a maioria das cidades gregas, com exceção de Esparta. Seu sonho era unir gregos e macedônios contra o Império Persa, mas não deu tempo de realizá-lo, pois foi apunhalado em uma festa.

O filho de 20 anos subiu ao trono em meio a intrigas. Provou que era um herdeiro à altura e eliminou os adversários do reino. Antes de completar 30 anos, Alexandre era o maior conquistador da época, e um dos maiores até hoje. Foi senhor de um grande império e responsável por uma campanha militar espetacular. Descrições e relatos dizem que era belo e não passava de um metro e meio de altura, o que não impediu que fosse conhecido como Alexandre, o Grande.
(...)

Solange Firmino


Texto completo na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.

segunda-feira, julho 02, 2007

A mítica Guerra de Tróia


Os eventos que causaram a Guerra de Tróia fazem parte de relatos conhecidos como Ciclo Troiano. Algumas histórias estão nos poemas homéricos, a Ilíada e a Odisséia, e outras foram retiradas de fontes como os antigos dramaturgos gregos. A Ilíada narra os episódios finais da guerra e a Odisséia conta sobre a volta de Odisseu (Ulisses) até sua terra natal, que demorou dez anos.

Uma das narrações mais importantes sobre o motivo da Guerra de Tróia está relacionada com a nereida Tétis, filha de Dóris e do Velho do Mar, Nereu. Zeus e Poseidon desejavam Tétis, mas um oráculo revelou que o filho dela com um dos dois seria mais poderoso que o pai. Os deuses desistiram e logo conseguiram um marido mortal para ela.

Tétis nunca se conformou com a mortalidade do marido e, na ânsia de imortalizar os filhos, já havia matado seis, quando Peleu pegou o sétimo, Aquiles, no momento em que ela o segurava pelo calcanhar para temperá-lo no fogo. O herói se tornou invulnerável, exceto no calcanhar... Tétis abandonou o marido, mas sempre protegeu o filho, como vemos nas suas aventuras contadas na Ilíada.

Durante as núpcias de Tétis e Peleu, Éris – a Discórdia – convidada a não comparecer, jogou a maçã de ouro, o chamado Pomo da Discórdia, para a mais bela. Hera, Atena e Afrodite se levantaram para a disputa. Ninguém presente se atreveu a decidir e a responsabilidade ficou para o mortal Páris, que vivia na Ásia Menor.

(...)

Solange Firmino

Texto completo em Blocos online, na coluna Mito em Contexto.


Imagem: Helena de Tróia, de Evelyn de Morgan 1898