terça-feira, junho 30, 2020

Manhã de inverno em Copacabana - Rio de Janeiro

Eu de máscara no banco - Copacabana 26-06-2020

Embaixo das árvores
as ricas sombras convidam
pausa matinal

Solange Firmino


(No meu livro "Alguns haicais e mínimos poemas")

domingo, junho 21, 2020

Inverno - haicai

Janela do meu quarto

☁☁☁
As nuvens refletem
branca e espessa neblina
manhã orvalhada

Solange Firmino

sexta-feira, junho 19, 2020

Fim do outono

Foto no meu jardim

Vento leva as folhas
que enfeitam o jardim
lembranças do outono

Solange Firmino

sexta-feira, junho 05, 2020

Dia Mundial do Meio Ambiente



 A plastic ocean - Sony World Photography Awards - 2020 - vencedor da categoria Natureza Morta.🐟

📸 Jorge Reynal (Argentina)

quinta-feira, junho 04, 2020

A solidão é como o vento - Graça Pires

Livro da Graça na minha janela
O livro da Graça Pires chegou num dia nublado e meio chuvoso. Nesse pedaço do meu confinamento, às vezes dá para ver o céu azul:
Vista minha janela
Moro no segundo andar, mas a vista que tenho é dos fundos da parede do Palacete Cornélio, erguido em 1862, e que foi muito maltratado no decorrer das décadas. Está cedido atualmente para uma faculdade de medicina que o deixou em estado de abandono.

Interior Palacete Cornélio, anos atrás
Palacete, anos 50
O meu prédio, de 1934, é aquele duplo ali atrás, o Palacete é esse da frente. Ao lado, que não aparece na foto, fica o Palacete São Joaquim, onde o Papa Francisco fez a Oração do Ângelus na sacada, há poucos anos. Da minha janela até hoje avisto aquela palmeira...
No edifício em frente, do outro lado da rua, morou o escritor brasileiro Mario de Andrade. Nesse bairro onde moro e nessas ruas têm muita história.

Mas vamos voltar ao livro da minha amiga Graça. Gostei de todos, como sempre, mas meu carinho especial vai para o poema abaixo, que tanto achei que combina com a vista da minha janela.


Habitava aquele sítio por engano.
Não era ali o lugar que procurara para viver.
O que o fascinava era o deserto:
a boca viciada pela sede,
o vento ardido no olhar,
a seiva dos cactos infiltrados nas veias.
E, à distância da mão, a linha curva
do poente a incendiar-se de estrelas.
Em momentos da mais magoada solidão,
saem de seus olhos tempestades de areia.
Como se fosse um pranto.
 


Graça Pires


(Em: A solidão é como o vento)