quarta-feira, novembro 30, 2016

X CLIPP Ruth Campos

Texto selecionado para a antologia do Concurso Literário de Presidente Prudente:

Memória e esquecimento
Entre os antigos gregos, a memória era um dom. Mnemósine, a Memória personificada, permitia ao Poeta lembrar do passado, resgatar fatos e transmiti-los aos simples mortais por meio da poesia e do canto. A narrativa oral permitia que a memória fosse compartilhada através das gerações. Assim, os grupos que não tinham registro escrito mantiveram suas culturas.
Com o advento da escrita, os fatos não dependiam da memória humana para preservar informações. Suportes de escrita como pergaminho e papel representaram uma extensão da nossa memória. Desenvolvemos meios mais sofisticados para guardar e reproduzir a memória em textos e imagens com a invenção da imprensa, que alterou novamente a memória do indivíduo e dos grupos. Registramos os conhecimentos nos livros, que passaram a desempenhar também o papel de memória coletiva.
Através da memória coletiva, sabemos que pertencemos a um grupo com um passado em comum. Nossa identidade se constitui da mistura de experiências vividas e memórias compartilhadas no grupo. Rearranjamos, estudamos, vivenciamos novas experiências e esquecemos outras. Esquecemos para dar espaço a outras informações. Num processo natural, novas informações se misturam às mais antigas e se transmutam. Isso gera mais informações e novos conhecimentos. Assim, o passado vai construindo o presente. Aprendemos e lembramos.
Para nos ajudar a lembrar, reunimos ao longo dos séculos objetos e variados registros, criamos espaços específicos para armazenamento da memória coletiva, como museus, arquivos públicos e bibliotecas. Mas a memória nunca deixou de ser estudada. A partir do século XX, as ciências ganharam novas teorias sobre o funcionamento da memória, e esses estudos repensaram conceitos como retenção, seleção e esquecimento. A retenção nos incomoda, pois preservamos apenas parte de nossas vivências. A memória é seletiva, não é simplesmente um acúmulo de tudo o que vivemos. É preciso esquecer para não sobrecarregar a memória.
Cada vez mais criamos meios para registrar e preservar a memória fora de nós. O computador e as novas tecnologias aumentaram esta possibilidade. Podemos gravar e consultar em arquivos digitais toda a informação produzida pela humanidade. Conseguimos que os computadores tivessem mais memória que nós. Mas também temos medo deles, já que fazemos filmes e escrevemos livros o tempo todo falando sobre o domínio dos homens pelas máquinas. Desconfiamos das nossas criações, mas confiamos na inesgotável memória delas. Não mais memorizamos números de telefones, e-mails e datas importantes. Tememos catástrofes naturais, mas uma catástrofe digital seria igualmente lamentável.
A internet facilitou o acesso global à informação. Os dados disponíveis nos milhões de páginas representam uma parcela bem grande da nossa memória social, agora dinâmica e navegável. O que parece ser muita informação pode se resumir a pouca, os milhões de títulos disponíveis não significam necessariamente ganho em sabedoria. A memória humana permite não somente conservar, mas filtrar, e isso a memória da internet não faz. Também é questionável a preservação do conhecimento no ambiente virtual, pois não há garantias de que a informação ficará lá sempre.
As novas tecnologias expandiram nossa capacidade para comunicar com mais rapidez, bilhões de páginas de informações continuam crescendo a cada segundo na internet. É uma memória infindável onde se coloca tudo. O excesso de informação nos confunde, e sua quantidade excede nossa capacidade de absorção.
Não adianta tanta informação sobre o presente se não refletimos sobre o passado. As incontáveis páginas concentram-se no presente imediato. Se procurarmos informações antigas sobre assuntos que não sejam tão populares, faremos um longo trabalho de pesquisa. Isso ajuda a distorcer a visão do mundo para os que usam a internet como única fonte de referência, pois essa grande memória parece não ter passado longínquo.

Para as novas gerações, a Escola hoje tem o papel fundamental de trazer à tona o passado, com o qual teremos lições que nos permitirão repensar o presente. Para lembrar, precisamos aprender; não há memória sem aprendizagem. E o nosso maior problema na Educação é a aprendizagem. A “Era tecnológica” pode se tornar a “Era do Esquecimento”, e toda a memória do computador de nada valerá sem a memória humana como interação. Se não aprendermos a usar as tecnologias de forma eficiente, podemos perder nossa memória coletiva. É preciso preservá-la para nós e os que virão.
Solange Firmino

sábado, novembro 26, 2016

I Concurso Impalpável Poeira das Palavras de Poesia

Mais uma vez, estou entre os selecionados.

Resultado do I Concurso Impalpável Poeira das Palavras de Poesia:

1° Lugar – Colecionador de Nadas – Geraldo Trombim (Americana – SP)
2° Lugar – Desordem e Regresso – Edison Oliveira Gil Filho (Sorocaba – SP)
3° Lugar – A Festa – Edileuza Bezerra de Lima Longo (São Paulo – SP)

Menções Honrosas em Ordem Alfabética:
  1. À Indelicadeza da Espécie – Rogério Zola Santiago (Belo Horizonte – MG)
  2. Impotência – Edweine Loureiro da Silva (Saitama –JAP)
  3. Quinta Feira – Paulo Acácio Ramos (Trofa – POR)
  4. Sêmen – Vivian Aurora de Moraes Bragagnolo (Araraquara – SP)
  5. Suspiros D’Alma – Ilda Pinto Almeida (New Jersey – EUA)
Menções Especiais em Ordem Alfabética:
  1. Estatua de Mineiro no Rio – Solange Firmino Souza (Rio de Janeiro – RJ)
  2. Littera – Sílvia Simone Anspach (Santana do Parnaíba – SP)
  3. Nós e a Rosa – Francisco Hélio Sena Brito (Massapê – CE)
  4. Num Futuro não Muito Distante – Aparecida Gianello dos Santos (Martinópolis – SP)
  5. Relicário de Palavras – Henrique Martins Veber (Canoas - RS)
  6. Sou de Lá – Regina Ruth Rincon Caires (Araçatuba – SP)

Cerimônia na Academia Mineira de Letras

Meu trabalho: "Educação, ação e conscientização" mereceu o Segundo Lugar na Categoria Ensaio pela "excelência em expressão literária e conhecimento no enfoque ecológico", segundo palavras da própria DrªHelene Maria Paulinyi, presidente da Academia Feminina mineira de Letras. 
Pela própria estrutura do trabalho a Comissão Julgadora abriu uma nova Categoria ENSAIO para os trabalhos relevantes. 
Conforme o edital, a premiação ocorreu no dia 24 de novembro na Sala Vivaldi Moreira da Academia Mineira de Letras, em Belo Horizonte.


Capa feita especialmente para o certificado 

Com a DrªHelene Maria Paulinyi - Presidente da Academia Feminina mineira de Letras


segunda-feira, novembro 21, 2016

Graça Pires

Hoje, 22 de novembro, é aniversário da poeta portuguesa Graça Pires, de quem sou muito fã. 
Para quem não conhece, vale a pena visitar seu blog: Ortografia do Olhar


Resultado do Concurso Poesia no Ônibus de Balneário Camboriú


REDOMA

O verde viçoso que brilha
no olho de cada bicho,
na folha de cada árvore,
no meio ambiente
que o homem insiste em empobrecer
é de esperança -
para que um dia se lembre
que a natureza, os animais
e a humanidade são um só,
conectados.


Solange Firmino


O poema acima está entre os selecionados do "Concurso Poesia no Ônibus de Balneário Camboriú", vejam lista completa no blog:

II Concurso Internacional da Casa de Espanha

Ontem foi a cerimônia de premiação do
II Concurso Internacional da Casa de Espanha.
Segue a classificação final abaixo. Eu fiquei em 2º lugar:


Categoria Regional – Classificação final

1º lugar: Basca – Gisela Lopes Peçanha – Niterói/RJ
2º lugar: Onírico – Solange Firmino – Rio de Janeiro/RJ
3º lugar: A dança vadia das letras – Lucio Panza – Rio de Janeiro/RJ

Menções Honrosas (em ordem alfabética):

Eu, Tatiana Alves e Andre Caldas
Antônimo – Max Lima – Magé/RJ
As trocas – Leonardo Siviotti – Rio de Janeiro/RJ
Como fazer um sorvete de poesia – Juliana Aguiar – Rio de Janeiro/RJ
Como se amam os amantes – Lano Andrado – Belford Roxo/RJ
Delicado Perfume – Paulo Tórtora – Rio de Janeiro/RJ
Esperança... Poesia viva – André Luís Soares – Maricá/RJ
Geometria – Carla Torrini – Rio de Janeiro/RJ
Inventário íntimo – Magnos Castanheira – Rio de Janeiro/RJ
Metonímia – Guilherme da Costa Garcia – Rio de Janeiro/RJ
Nova Arte Poética – Rodrigo Conçole Lage – Itaperuna/RJ
O caos e o asco – Augusto Sérgio Bastos – Rio de Janeiro/RJ
O primeiro poema – Liana Monteiro – Rio de Janeiro/RJ
Poema da identidade – Társio Abranches de Albuquerque – Rio de Janeiro/RJ
Post-Scriptum – Helena Mussoi – Rio de Janeiro/RJ
Residência – Adriano Espínola – Rio de Janeiro/RJ
Rosa dos ventos – Yasmin Anukit – Rio de Janeiro/RJ
Um pouco mais – José El-Jaick – Nova Friburgo/RJ
Voz do poeta – Rogério Luz – Rio de Janeiro/RJ

Categoria Interpretação

1º lugar: Marina Bari (intérprete de Rosa dos Ventos)
2º lugar: Gabriela Carrillo (intérprete de Basca)
3º lugar: Flávio Santos (intérprete de As Trocas) e Vítor Pol (intérprete de Um pouco mais)

Categoria Geral – Classificação final

1º lugar: Língua – Odailta Alves – Recife/PE
2º lugar: Decreto – Samara Volpony – Arari/MA
3º lugar: Medusa – Rodolfo Minari – Rio Branco/AC

Menções Honrosas (em ordem alfabética):

Anticanto – Neemias Felix – Linhares/ES
Antropofagia – Andréa Moreira – Pará de Minas/MG
Ao vento – Rodrigo Domit – Jaraguá do Sul/SC
Calada – Dênis de Brito – Bragança/PA
Castanhos – Alessandra Bertazzo – Curitiba/PR
Colecionador de nadas – Geraldo Trombin – Americana/SP
Da prótese humana – Weslley Almeida ¬– Feira de Santana/BA
Ex-trangeiro – Diego Ruas Silva – Brasília/DF
Memória & contraditória – Fábio Bahia – Caldas de Cipó/BA
O duplo – Roberto Medina – Brasília/DF
Ode – Márcio Dison – Florianópolis/SC
Os pégasos – Adriana Cristina Razia – Quatro Barras/PR
Quando te dedilho – Elicio Santos do Nascimento – Ilhéus/BA
Ser poeta – Lucêmio Lopes – Canela/RS
Soneto do fim prematuro – Carlos Nogueira – Florianópolis/SC
Terreiro D'África – Fabiano Silva – Santo André/SP
Uma parte de mim – Fabrício Lima – Santo Estêvão/BA


quinta-feira, novembro 17, 2016

Premiações

Queridos, estarei no próximo domingo, 20 de novembro, às 19h, na cerimônia de premiação da Casa de Espanha, entre os finalistas do II Concurso Literário.

E no dia 24 de novembro, às 17h, na cerimônia de premiação da Academia Mineira de Letras, na Sala Vivaldi Moreira, em Belo Horizonte. Estou muito feliz em ter ficado em segundo lugar com um ensaio intitulado "Educação, ação e conscientização".

Abraços a todos

sábado, novembro 05, 2016

Odisseia


                                                                       



Poema na página 14 do meu livro "Fragmentos da Insônia".
                                                                      
* Este poema ficou em terceiro lugar no 
I Concurso Internacional de Poesia da Casa de Espanha 2014.