segunda-feira, dezembro 19, 2016

Contrariemos os desencontros


"Não vejo um oásis, porém / Vejo o universo."
Juliana Aguiar


A poesia de Juliana Aguiar, que resolveu se aventurar pelo terreno fértil e sinuoso da poesia, me comoveu. É uma poesia elegante, inventiva e modesta. E convincente na lucidez com que se utiliza das palavras muitas vezes gastas pelo uso. 
Dividido em partes que são Encontros, Desencontros, Diversencontros e Contra-rimemos, a poeta não quer fazer uma interpretação crua da vida e do amor, mas, sobretudo, traz um ponto de vista de quem aprecia poesia e está em constante contato e aprendizado da arte literária.


Encontros


O teor subjetivo da poesia de Juliana Aguiar não significa um enclausuramento em si mesmo, ela quer ir ao encontro do amor e da vida. O poema é isso, o deslumbramento não-explicado que nos transforma. A arte não vai explicar a força da gravidade, ela simplesmente vai ser aquilo que o ser humano quer expressar. E quando é o amor, não precisa de mais nada:

Tudo o que emito / reflete / no seu olhar.


O poema afirma sem susto a importância da poesia para o sentido da vida. É o apelo à vida, que não existiria sem poesia.

Sem poesia nada existiria / nada cairia, impediria, faria / sentido (des)explicar.


Desencontros


Desculpa, me despedaço: / um pedaço é seu / e o outro também o é; / o que eu faço?


Também há uma poesia objetiva, extraída de circunstâncias, reverenciando uma linguagem concisa, para além do espontaneísmo sugerido, constituindo, pois, nos jogos da linguagem, uma sintaxe que dá forma a um mosaico de referências, uma leitura nada inocente por trás da aparente fragilidade dos versos.


Fidelidade é mais que companhia; / soneto, mais que poesia. / sonhar não é realizar.

A poesia é um prazer que fere com doçura.

Quem diria? / a melhor poesia / é fruto da pior agonia.

Todo dia, a mesma sina / acordar, feliz estar / bocejar e seguir a vida.



Diversencontros



Deparamo-nos, aqui, com a poesia tranquilizadora, o sujeito questionador do seu próprio dizer poético e da capacidade de condensar o máximo da vida em mínimos instantes de poesia, e não há palavras que possam expressar esse sentimento:

A vida é linda! / É (?) tão linda / que nem tenho palavras / para me expressar.


Tais poemas valorizam o aparentemente trivial, e captam instantes de um mundo objetivo e exterior, onde o sujeito lírico encontra-se, muitas vezes, desejoso de uma leveza. Por vezes, finge uma ausência inocente.


Oh! Me cortei / não sei se foram nas palavras / ou no avalanche de emoções / que veio de vez.

Se são sonhos, / não os tornem demônios; / se são rios, / não faça desvios

sofro de insônia / e o sono me extravasa.



Está bem claro que o fazer poético limitado a estilos, escolas literárias, tudo que poderia aprisionar a liberdade de expressão do artista é rejeitado. O sujeito lírico se contenta em ser apenas poeta e escrever o que sente.


Bem cuidada a forma, / assimilo-me ao Parnasianismo; / Romantismo, pela emoção. / escrever o que sinto sempre foi a minha paixão.


O conhecimento surge como um artifício para sair do estado de ingenuidade, para o sujeito lírico, pois aprender com os erros é fundamental:


Naquela rua tinha uma pedra, / na qual um dia eu tropecei; / quem não aprende com o erro / novamente erra. / nunca mais naquela rua passei.


O centro pode estar em toda a parte, não há um sentido único para nada.


Não vejo um oásis, porém / vejo o universo.




Contra-rimemos


Como uma criança que acabou de conhecer as palavras, o sujeito lírico brinca, vê que pode brincar com as sílabas, fazê-las suas. Há um jogo de linguagens em toda a obra.


Não precisa ser céptico para ser poético / não precisa de ser infinito para perdurar.

Seja sempre meu sol / e não me sol-te.

Se flor, / não volte; / desabroche.

Assim, o sujeito, quando se assume perdido, se esconde na própria linguagem, fazendo dela um lugar onde se pronuncia.

Mãos / que nunca encontrei / tenho um livre arbítrio / que arbitrar livremente não sei.


Solange Firmino

CONTRARIEMOS OS DESENCONTROS
Autora: Juliana Aguiar
Editora: Multifoco
Ano: 2016

Páginas: 62

quinta-feira, dezembro 15, 2016

Poesia no ônibus do Balneário de Camboriú

A partir de hoje já estão circulando pelos ônibus do Balneário de Camboriú os adesivos com os poemas vencedores do último concurso. A temática é meio ambiente.
O meu é o de número 29.

terça-feira, dezembro 13, 2016

InComunidade

Leiam esse e outros 8 poemas inéditos do meu próximo livro na edição de dezembro da revista InComunidade:

Mergulhos


Sigo Ícaro pelo ar
e pelo mar
profundo.
Jogo uma oferenda,
repito as palavras
que dão ritmo às ondas.
Como Penélope, teço,
engano com palavras.
Não invejo o melodrama
de Alice em frente ao espelho.
Sou mais Narciso e seu
reflexo.


Medusa me fita,
mas dou uma de Narciso
e evito seu olhar
mirando meu
rosto na água.


PRÊMIO LITERÁRIO 2016 | SEIVA

Ganhei o Prêmio Seiva de Literatura. Muito feliz que vão editar meu livro no Pará. 

Programa de Incentivo à Arte e a Cultura
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Segue e relação dos livros e respectivos autores premiados no projeto de Programa de Incentivo à Arte e a Cultura - SEIVA, edição 2016. O projeto premia 15 autores, e este ano foram premiados quatro livros de Poesia, dois Romances, quatro Contos, uma Crônica, uma Dramaturgia e 3 livros Infanto-Juvenis. Cada livro terá 600 copias publicadas, como prêmio.
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• • PREMIADOS • •
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— POESIA —
• Os Dias & Outros Poemas,
Alfredo Guimarães Garcia,
Ananindeua/Pa
• Poema Pequeno,
Laura Nogueira da Conceição,
Belém/Pa
• À Trois,
Nathália Cruz
Ananindeua/Pa
• Alguns Haicais e Mínimos Poemas,
Solange Firmino,
Rio de Janeiro/Rj

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— ROMANCE —
• Doar Bako,
Francisco Canindé,
Curuça/Pa
• Suicidados – Um Pacto De Amizade
Jonas de França das Chagas,
Iguatu/Ce
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— CONTO —
• • Era Espalhafatoso Amar Naquele Tempo,
Anselmo Gomes
Capanema/Pa
• Ladir Vai ao Parque e Outras Histórias,
Fernando de Jesus Gurjão Sampaio Neto,
Belém/Pa
• Nas Margens,
Kid Nazareno da Costa Quaresma,
Belém/Pa
• Contos Hipermodernos,
Márcia R. Carvalhal Gonzalez,
Salvador/Ba
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— CRÔNICA —
• Outubro dos Dias e Outros Calendários,
Carlos Henrique Valente Moraes,
Ananindeua/Pa
.
— DRAMATURGIA —
• O Príncipe Poeira e a Flor da Cor do Coração,
Saulo Sisnando,
Belém/Pa
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— LITERATURA INFANTO-JUVENIL —
• Alma de Pássaro,
Raimundo Benedito Menezes Da Costa,
Ananindeua/Pa
• Tudo Para Sempre Agora,
José Antônio de Sousa Neto,
Belém/Pa
• Izadora e o Mar,
Nallyton Tiago de Sales Braga,
Belém/PA

domingo, dezembro 04, 2016

Ferreira Gullar - A relativa eternidade

Homenagem ao poeta Ferreira Gullar, que faleceu hoje, 04/12, aos 86 anos de idade.
Esta foto foi tirada na Academia Brasileira de Letras, em 2010, quando a Secretaria Municipal de Educação premiou alunos e professores que participaram do projeto "Rio, Uma Cidade de Leitores", cujo livro tinha dois poemas meus.
Como ele faleceu pela manhã, posto aqui um poema dele sobre a manhã na Lagoa:

A relativa eternidade

Cruzo a rua e vejo
sobre a montanha
que se ergue no horizonte
para além da Lagoa
nuvens matinais
iluminadas
contra um céu muito azul

como na primeira manhã do mundo

(ainda que
em todos os dias do ano
quando faz sol
essa festa matinal se tenha repetido
por séculos)

mas pouco importa:
é hoje manhã pela primeira vez

ainda que
antes de terem aqui chegado os portugueses
já ali estivessem a montanha
o céu azul
e as nuvens a se esgarçarem

quer houvesse
ou não
(como agora)
alguém para vê-los

e então me digo:
se o mundo dura tanto
e eu tão pouco
importa pouco
se ele não for eterno

Ferreira Gullar

quarta-feira, novembro 30, 2016

X CLIPP Ruth Campos

Texto selecionado para a antologia do Concurso Literário de Presidente Prudente:

Memória e esquecimento
Entre os antigos gregos, a memória era um dom. Mnemósine, a Memória personificada, permitia ao Poeta lembrar do passado, resgatar fatos e transmiti-los aos simples mortais por meio da poesia e do canto. A narrativa oral permitia que a memória fosse compartilhada através das gerações. Assim, os grupos que não tinham registro escrito mantiveram suas culturas.
Com o advento da escrita, os fatos não dependiam da memória humana para preservar informações. Suportes de escrita como pergaminho e papel representaram uma extensão da nossa memória. Desenvolvemos meios mais sofisticados para guardar e reproduzir a memória em textos e imagens com a invenção da imprensa, que alterou novamente a memória do indivíduo e dos grupos. Registramos os conhecimentos nos livros, que passaram a desempenhar também o papel de memória coletiva.
Através da memória coletiva, sabemos que pertencemos a um grupo com um passado em comum. Nossa identidade se constitui da mistura de experiências vividas e memórias compartilhadas no grupo. Rearranjamos, estudamos, vivenciamos novas experiências e esquecemos outras. Esquecemos para dar espaço a outras informações. Num processo natural, novas informações se misturam às mais antigas e se transmutam. Isso gera mais informações e novos conhecimentos. Assim, o passado vai construindo o presente. Aprendemos e lembramos.
Para nos ajudar a lembrar, reunimos ao longo dos séculos objetos e variados registros, criamos espaços específicos para armazenamento da memória coletiva, como museus, arquivos públicos e bibliotecas. Mas a memória nunca deixou de ser estudada. A partir do século XX, as ciências ganharam novas teorias sobre o funcionamento da memória, e esses estudos repensaram conceitos como retenção, seleção e esquecimento. A retenção nos incomoda, pois preservamos apenas parte de nossas vivências. A memória é seletiva, não é simplesmente um acúmulo de tudo o que vivemos. É preciso esquecer para não sobrecarregar a memória.
Cada vez mais criamos meios para registrar e preservar a memória fora de nós. O computador e as novas tecnologias aumentaram esta possibilidade. Podemos gravar e consultar em arquivos digitais toda a informação produzida pela humanidade. Conseguimos que os computadores tivessem mais memória que nós. Mas também temos medo deles, já que fazemos filmes e escrevemos livros o tempo todo falando sobre o domínio dos homens pelas máquinas. Desconfiamos das nossas criações, mas confiamos na inesgotável memória delas. Não mais memorizamos números de telefones, e-mails e datas importantes. Tememos catástrofes naturais, mas uma catástrofe digital seria igualmente lamentável.
A internet facilitou o acesso global à informação. Os dados disponíveis nos milhões de páginas representam uma parcela bem grande da nossa memória social, agora dinâmica e navegável. O que parece ser muita informação pode se resumir a pouca, os milhões de títulos disponíveis não significam necessariamente ganho em sabedoria. A memória humana permite não somente conservar, mas filtrar, e isso a memória da internet não faz. Também é questionável a preservação do conhecimento no ambiente virtual, pois não há garantias de que a informação ficará lá sempre.
As novas tecnologias expandiram nossa capacidade para comunicar com mais rapidez, bilhões de páginas de informações continuam crescendo a cada segundo na internet. É uma memória infindável onde se coloca tudo. O excesso de informação nos confunde, e sua quantidade excede nossa capacidade de absorção.
Não adianta tanta informação sobre o presente se não refletimos sobre o passado. As incontáveis páginas concentram-se no presente imediato. Se procurarmos informações antigas sobre assuntos que não sejam tão populares, faremos um longo trabalho de pesquisa. Isso ajuda a distorcer a visão do mundo para os que usam a internet como única fonte de referência, pois essa grande memória parece não ter passado longínquo.

Para as novas gerações, a Escola hoje tem o papel fundamental de trazer à tona o passado, com o qual teremos lições que nos permitirão repensar o presente. Para lembrar, precisamos aprender; não há memória sem aprendizagem. E o nosso maior problema na Educação é a aprendizagem. A “Era tecnológica” pode se tornar a “Era do Esquecimento”, e toda a memória do computador de nada valerá sem a memória humana como interação. Se não aprendermos a usar as tecnologias de forma eficiente, podemos perder nossa memória coletiva. É preciso preservá-la para nós e os que virão.
Solange Firmino

sábado, novembro 26, 2016

I Concurso Impalpável Poeira das Palavras de Poesia

Mais uma vez, estou entre os selecionados.

Resultado do I Concurso Impalpável Poeira das Palavras de Poesia:

1° Lugar – Colecionador de Nadas – Geraldo Trombim (Americana – SP)
2° Lugar – Desordem e Regresso – Edison Oliveira Gil Filho (Sorocaba – SP)
3° Lugar – A Festa – Edileuza Bezerra de Lima Longo (São Paulo – SP)

Menções Honrosas em Ordem Alfabética:
  1. À Indelicadeza da Espécie – Rogério Zola Santiago (Belo Horizonte – MG)
  2. Impotência – Edweine Loureiro da Silva (Saitama –JAP)
  3. Quinta Feira – Paulo Acácio Ramos (Trofa – POR)
  4. Sêmen – Vivian Aurora de Moraes Bragagnolo (Araraquara – SP)
  5. Suspiros D’Alma – Ilda Pinto Almeida (New Jersey – EUA)
Menções Especiais em Ordem Alfabética:
  1. Estatua de Mineiro no Rio – Solange Firmino Souza (Rio de Janeiro – RJ)
  2. Littera – Sílvia Simone Anspach (Santana do Parnaíba – SP)
  3. Nós e a Rosa – Francisco Hélio Sena Brito (Massapê – CE)
  4. Num Futuro não Muito Distante – Aparecida Gianello dos Santos (Martinópolis – SP)
  5. Relicário de Palavras – Henrique Martins Veber (Canoas - RS)
  6. Sou de Lá – Regina Ruth Rincon Caires (Araçatuba – SP)

Cerimônia na Academia Mineira de Letras

Meu trabalho: "Educação, ação e conscientização" mereceu o Segundo Lugar na Categoria Ensaio pela "excelência em expressão literária e conhecimento no enfoque ecológico", segundo palavras da própria DrªHelene Maria Paulinyi, presidente da Academia Feminina mineira de Letras. 
Pela própria estrutura do trabalho a Comissão Julgadora abriu uma nova Categoria ENSAIO para os trabalhos relevantes. 
Conforme o edital, a premiação ocorreu no dia 24 de novembro na Sala Vivaldi Moreira da Academia Mineira de Letras, em Belo Horizonte.


Capa feita especialmente para o certificado 

Com a DrªHelene Maria Paulinyi - Presidente da Academia Feminina mineira de Letras


segunda-feira, novembro 21, 2016

Graça Pires

Hoje, 22 de novembro, é aniversário da poeta portuguesa Graça Pires, de quem sou muito fã. 
Para quem não conhece, vale a pena visitar seu blog: Ortografia do Olhar


Resultado do Concurso Poesia no Ônibus de Balneário Camboriú


REDOMA

O verde viçoso que brilha
no olho de cada bicho,
na folha de cada árvore,
no meio ambiente
que o homem insiste em empobrecer
é de esperança -
para que um dia se lembre
que a natureza, os animais
e a humanidade são um só,
conectados.


Solange Firmino


O poema acima está entre os selecionados do "Concurso Poesia no Ônibus de Balneário Camboriú", vejam lista completa no blog:

II Concurso Internacional da Casa de Espanha

Ontem foi a cerimônia de premiação do
II Concurso Internacional da Casa de Espanha.
Segue a classificação final abaixo. Eu fiquei em 2º lugar:


Categoria Regional – Classificação final

1º lugar: Basca – Gisela Lopes Peçanha – Niterói/RJ
2º lugar: Onírico – Solange Firmino – Rio de Janeiro/RJ
3º lugar: A dança vadia das letras – Lucio Panza – Rio de Janeiro/RJ

Menções Honrosas (em ordem alfabética):

Eu, Tatiana Alves e Andre Caldas
Antônimo – Max Lima – Magé/RJ
As trocas – Leonardo Siviotti – Rio de Janeiro/RJ
Como fazer um sorvete de poesia – Juliana Aguiar – Rio de Janeiro/RJ
Como se amam os amantes – Lano Andrado – Belford Roxo/RJ
Delicado Perfume – Paulo Tórtora – Rio de Janeiro/RJ
Esperança... Poesia viva – André Luís Soares – Maricá/RJ
Geometria – Carla Torrini – Rio de Janeiro/RJ
Inventário íntimo – Magnos Castanheira – Rio de Janeiro/RJ
Metonímia – Guilherme da Costa Garcia – Rio de Janeiro/RJ
Nova Arte Poética – Rodrigo Conçole Lage – Itaperuna/RJ
O caos e o asco – Augusto Sérgio Bastos – Rio de Janeiro/RJ
O primeiro poema – Liana Monteiro – Rio de Janeiro/RJ
Poema da identidade – Társio Abranches de Albuquerque – Rio de Janeiro/RJ
Post-Scriptum – Helena Mussoi – Rio de Janeiro/RJ
Residência – Adriano Espínola – Rio de Janeiro/RJ
Rosa dos ventos – Yasmin Anukit – Rio de Janeiro/RJ
Um pouco mais – José El-Jaick – Nova Friburgo/RJ
Voz do poeta – Rogério Luz – Rio de Janeiro/RJ

Categoria Interpretação

1º lugar: Marina Bari (intérprete de Rosa dos Ventos)
2º lugar: Gabriela Carrillo (intérprete de Basca)
3º lugar: Flávio Santos (intérprete de As Trocas) e Vítor Pol (intérprete de Um pouco mais)

Categoria Geral – Classificação final

1º lugar: Língua – Odailta Alves – Recife/PE
2º lugar: Decreto – Samara Volpony – Arari/MA
3º lugar: Medusa – Rodolfo Minari – Rio Branco/AC

Menções Honrosas (em ordem alfabética):

Anticanto – Neemias Felix – Linhares/ES
Antropofagia – Andréa Moreira – Pará de Minas/MG
Ao vento – Rodrigo Domit – Jaraguá do Sul/SC
Calada – Dênis de Brito – Bragança/PA
Castanhos – Alessandra Bertazzo – Curitiba/PR
Colecionador de nadas – Geraldo Trombin – Americana/SP
Da prótese humana – Weslley Almeida ¬– Feira de Santana/BA
Ex-trangeiro – Diego Ruas Silva – Brasília/DF
Memória & contraditória – Fábio Bahia – Caldas de Cipó/BA
O duplo – Roberto Medina – Brasília/DF
Ode – Márcio Dison – Florianópolis/SC
Os pégasos – Adriana Cristina Razia – Quatro Barras/PR
Quando te dedilho – Elicio Santos do Nascimento – Ilhéus/BA
Ser poeta – Lucêmio Lopes – Canela/RS
Soneto do fim prematuro – Carlos Nogueira – Florianópolis/SC
Terreiro D'África – Fabiano Silva – Santo André/SP
Uma parte de mim – Fabrício Lima – Santo Estêvão/BA


quinta-feira, novembro 17, 2016

Premiações

Queridos, estarei no próximo domingo, 20 de novembro, às 19h, na cerimônia de premiação da Casa de Espanha, entre os finalistas do II Concurso Literário.

E no dia 24 de novembro, às 17h, na cerimônia de premiação da Academia Mineira de Letras, na Sala Vivaldi Moreira, em Belo Horizonte. Estou muito feliz em ter ficado em segundo lugar com um ensaio intitulado "Educação, ação e conscientização".

Abraços a todos

sábado, novembro 05, 2016

Odisseia


                                                                       



Poema na página 14 do meu livro "Fragmentos da Insônia".
                                                                      
* Este poema ficou em terceiro lugar no 
I Concurso Internacional de Poesia da Casa de Espanha 2014.

quarta-feira, outubro 19, 2016

Desfolhar

Espalha meu nome,
que você sabe pronunciar,
pontuando as frases,                                                                   
conforme me despetala.

Solange Firmino


Imagem: Soraia Antunes

sábado, outubro 15, 2016

Paisagem


Joel Santos
A inspiração para este poema veio dessa
imagem de Joel Santos.
Está na página 49 do meu livro "Fragmentos da Insônia".

quinta-feira, outubro 13, 2016

X CLIP - Preparativos para o 7º Salão do Livro de Presidente Prudente


Minha crônica "Memória e esquecimento" está entre os textos ganhadores do concurso literário, cuja cerimônia de premiação será no dia 22/10 às 19h30, no IBC - Centro de Eventos (Rua Hugo Lacorte Vitale, 46 - Vila Furquim).

 O 7º Salão do Livro de Presidente Prudente acontecerá de 14 a 23 de outubro de 2016

Os estandes, quase todos prontos. A decoração sendo preparada e a expectativa da chegada dos expositores e o início da maior festa literária do interior paulista. 
Durante os dez dias de evento, serão quase setenta atividades diversificadas, entre bate-papos com autores, Literando Prudente, Lançamentos Literários, Exposições, Shows, Teatro, Palestras, Oficinas, Contação de Histórias, além dos estandes representando milhares de editoras e milhares de livros.



quarta-feira, outubro 05, 2016

Arte em quadros

Estes são meus. Quem quiser comprar, visite a loja DePendurar, lá dá para escolher entre 2 tamanhos e 2 cores de molduras. Os poemas são meus, arte da Marina Nogueira



domingo, outubro 02, 2016

Outubro Rosa





"Outubro Rosa" é uma campanha de conscientização realizada por diversas entidades no mês de outubro falando para a sociedade e as mulheres sobre a prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama. O movimento começou a surgir em 1990 na primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York, e desde então, promovida anualmente na cidade.

O símbolo da campanha é um laço rosa, que foi feito, inicialmente, pela Fundação Susan G. Komen e distribuído nessa primeira corrida. Esses laços rosas popularizaram-se e foram usados posteriormente para enfeitar locais públicos e outros eventos que lutavam pela causa.

Atenção: O diagnóstico precoce é essencial para a cura dessa doença, sendo assim, é fundamental procurar regularmente o médico.


quarta-feira, setembro 21, 2016

Dia da árvore


As árvores olham
o movimento incessante
de homens sem raízes.

Primavera chegando

Foto tirada por mim em Casimiro de Abreu
Está chegando a primavera. Mais uma. É um ciclo. Já escrevi sobre a mitologia da estação, sobre Deméter e Perséfone, quando, após reencontrar a filha, Deméter retornou ao Olimpo e a terra se cobriu de verde. 
No simbolismo do mito, a filha representa o grão semeado, que se desenvolve embaixo da terra e aparece na primavera sob a forma de novos frutos. A significação profunda do mito dessas deusas era revelada aos Iniciados nos Mistérios de Elêusis, em que os adeptos se preparavam para a morte, com ensinamentos de como suportar a passagem de um mundo para outro.


Quem quiser ler o texto integral, aqui está o link:
http://www.blocosonline.com.br/literatura/prosa/colunistas/sfirmino/sf0052.php

"Chegam aromas de amanhã em mim." 

Manoel de Barros

segunda-feira, setembro 19, 2016

Lagartas: eu e Manoel de Barros


Poema na página 44 do meu livro, "Fragmentos da Insônia".
Quem desejar adquiri-lo, enviar e-mail para solange.firmino@gmail.com



quarta-feira, setembro 14, 2016

Sarau

Em 10/09/2016  foi realizado mais um sarau do meu livro "Fragmentos da Insônia". O primeiro foi em Atibaia-SP, o segundo em João Pessoa-PB, e este terceiro no Rio de Janeiro. O evento ocorreu na Lapa, no Restaurante Nova República.

quinta-feira, setembro 01, 2016

33º Concurso Literário Yoshio Takemoto

Chegou meu livro! Está lindo.
Resultado do concurso nesse link.

Prêmio Incentivo (quatro trabalhos)
André Telucazu Kondo (Jundiaí, SP): “Festa”
Edson Amaro de Souza (São Gonçalo, RJ): “Elisabeth Bishop em Ouro Preto”
Karen Kazue Kawana (Jaguariúna, SP): “Para longe”
Solange Firmino de Souza (Rio de Janeiro, RJ): “Essência”






domingo, agosto 28, 2016

II Mostra de Esculturas Monumentais na Praça Paris



A Mostra Rio de Esculturas Monumentais retorna com sua segunda edição na Praça Paris, no bairro da Glória, e ficará até 25 de setembro de 2016, com a participação de 17 artistas do Rio de Janeiro e outros estados. A iniciativa dá seguimento a sua primeira edição, realizada na Praça Paris em 2014.


Destaque para a obra do artista Angelo Milani, de São Paulo, a instalação “Naveganças”, confeccionada com refugos domésticos e industriais, com 36 m² de base e 5m de altura, conta também com trechos de 400 poesias plotadas em espelhos automotivos, dos poetas Ferreira Gullar, Manoel de Barros, Manuel Bandeira, Cora Coralina, entre outros.



Observação: Fotografias tiradas por mim em 28.08.2106



quarta-feira, agosto 24, 2016

DePendurar: poemas em quadros

No site da loja DePendurar já estão meus poemas em lindas ilustrações da Marina Nogueira. Deem uma olhada lá:http://www.lojadependurar.com.br/sol-firmino-ct-15f453 

Pode-se escolher a cor da moldura, preta ou branca, e dois tamanhos, A4 (25cm x 33.7cm) ou A3 (33.7cm x 46cm)





Facebook da Loja: 
https://www.facebook.com/lojadependurar

Antologia da UFSJ

A Universidade Federal de São João del-Rei promove desde 2000 o Concurso de Poesias, agregando a cada edição um número maior de escritores de diversas localidades, inclusive de outros estados, de diferentes faixas etárias, origens socioculturais e formação acadêmica. 

O Concurso de Poesias é uma oportunidade para que poetas consagrados ou anônimos, iniciantes ou veteranos possam expressar sua arte literária e ter a chance de ter seu poema publicado em um livro com os 30 primeiros classificados (dos 191 inscritos).

Mais uma vez este ano estou entre os premiados.
Vejam que linda a capa da antologia e um recorte do meu poema:



O MITO & O SONHO


Por Krishnamurti Góes dos Anjos

“Mitos são histórias de nossa busca da verdade, de sentido, de significação através dos tempos”. Esta definição cunhada pelo estudioso norte-americano Joseph Campbell (1904–1987), vem de encontro a uma mitopoética praticada por alguns autores da literatura contemporânea. Mitopoética entendida como uma certa organização semântica que combina elementos da mitologia antiga com o objeto literário. Isto ocorre quando autores arquitetam suas tramas poéticas utilizando da fabulação mítica. Ou seja, poemas comprometidos com princípios (imutáveis e eternos) que intermedeiam o referencial cotidiano e as instâncias do imaginário.

Solange Firmino acaba de publicar pela Editora Benfazeja, “Fragmentos da insônia”, obra poética com fortes pendores e apelos ao mitológico, de forma que parte dos poemas atualizam mitos (ora sutilmente sob a forma de sombra, ora desveladamente), ressignificando a realidade por meio do imaginário simbólico, com o intuito de realizar sonhos. Nada melhor do que a mitologia para viabilizar tais anseios, e assim, redimensionar tempo/espaço e reescrever seu projeto existencial sem abster-se entretanto, de (re)pensar a condição humana na contemporaneidade. Cumpre lembrar a propósito, que o ato da criação literária está atrelado às camadas primordiais preexistentes nas profundas camadas do ser. Portanto manifestação do inconsciente de que a poesia se nutre ontem, hoje e sempre.
Trecho do poema “Renascimento”.


“Tal como o mito,
levanto-me discreta e lúcida.
Eis aqui meus versos eternos.
Abro minhas asas para o infinito e voo
mais uma vez”.


O ato da criação literária propriamente dita é outra vertente importante nessa obra (ao qual é dedicado mais de uma dezena de poemas). Usando de uma verticalização sugestiva a autora acaba por evidenciar a essência, o cerne do momento revelador, como acontece no poema,
“METAMORFOSE”.

A essência é a natureza de tudo.
No poema, a essência é a palavra
dita,
não-dita
ou sugerida.
  
O casulo do silêncio
prepara a palavra na raiz.
O poema nasce do casulo-ideia
abre suas asa e pousa
na brancura do papel
à espera de fonemas
que se transformem
em essência-ideia novamente:
Metamorfose”.

A essência do verso é o som da palavra.
Sagrado som
na essência da vibração:
Mantra.”


Este título “Metamorfose”, nos remete a uma terceira característica da criação literária de Solange Firmino, esta de caráter sintético, por assim dizer. Observamos no conjunto da obra, uma corrente de ligação semântica muito expressiva e recorrente, que denuncia seu ritmo como expressão daquilo que no mundo interior da autora é permanente movimento em espiral ascendente; o ritmo como sequência de sons, de sentidos, e de sentimentos, que formam uma unidade perfeita, obediente a uma sucessividade existencial permanentemente coesa, e expressa no ciclo: semente>ovo>casulo>crisálida>borboleta>voo>liberdade!

É graças à força da sugestão que Solange imprime em sua poética, tecida sobretudo para aqueles que sonham acordados, que o próprio sonho transposto em possibilidade, acaba predominando como realidade, e impõe o seu fascínio enquanto Vida.


REDENÇÃO
“O silêncio da noite,
antes insônia,
agora é despertar.
Assisto à vida sem pensar
em mais nada”.


Livro: Fragmentos da insônia, de Solange Firmino. São Paulo. Editora Benfazeja, 2016. 80p.


*** Quem quiser adquirir o livro, entre em contato comigo no e-mail solange.firmino@gmail.com