quinta-feira, abril 29, 2021

Diante das marés - meu quinto livro



 

PRÉ-LANÇAMENTO


"São mares turbulentos estes que atravessamos, entre os despojos de antigas certezas, ainda que precárias. Mas é justamente nesses momentos que a poesia se renova, tal como em Diante das marés, de Solange Firmino. Aqui a poeta não se deixa levar pelo canto das sereias – uma falsa inspiração – perdendo-se da técnica, do apanhar em meio à bruma as palavras certas, as que são essenciais ao seu ofício. Não. Ao abrir este livro o leitor estará diante de abismos e fendas para, logo em seguida, ser erguido ao dorso das ondas e experimentar a inigualável sensação de vertigem que só os grandes poetas podem ao mundo oferecer."

Leonardo Costaneto - Editor



Sobre a autora

Solange Firmino nasceu e vive no Rio de Janeiro. É graduada em Português e Literatura pela UERJ, tendo atuado como professora. Em 2016, venceu o Prêmio Literário da Fundação Cultural do Estado do Pará. São livros seus Fragmentos da insônia (2016), Alguns haicais e mínimos poemas (2016), Das estações (2017); e Geometria do abismo (2017).
 

Para adquirir este livro acesse:

terça-feira, abril 20, 2021

Reflexo condicionado




Espelho, meu avesso
sei que pelas frestas
você me observa
invade
devora
covarde_mente

conhece meu essencial
minha desventura
consegue me olhar
olho no olho

Solange Firmino

segunda-feira, abril 12, 2021

Das coisas que não se repetem



Toda mulher real eu sou
a que quer viver mais e não pode
mesmo que os dias sejam sempre iguais

sou toda filha, irmã, Maria, Zulmira
toda a dor dos nomes
que traduzem todas as feridas
e toda a satisfação
sou cada mãe que sofre
todo o sol adormecido
nos olhos dos filhos
das cores irreprisáveis
que se foram para sempre
que se foram para sempre

mas há céus que não se repetem

Solange Firmino

Para
Virgínia Do Carmo
pelo seu livro maravilhoso, "Zulmira morreu", da
POÉTICA GRUPO EDITORIAL
.

quinta-feira, abril 08, 2021

Céu


Céu, quero teu infinito

para voar entre as passagens secretas

dos deuses que vagueiam na tua essência

sem direção nem tempo

silenciosos e insones


Anseio navegar pelo noturno e suspenso

oceano de planetas sem luz própria

anoiteço querendo teu colo escuro e silencioso

durmo esperando teu azul ou nuvem

qualquer claridade que me traga

um novo dia para viver


quero escalar o infinito insondável

desvendar o labirinto ilimitado

que traz meu dia e minha noite


sol e lua

estrela e nuvem

chuva e arco-íris

luz e escuridão

gravitam e habitam no enigma

do espaço vazio


deliro na imensidão

que me convida ao voo

sou asa no precipício do céu


Solange Firmino