sábado, maio 26, 2007

A importância do livro no Brasil do século XXI


O texto abaixo faz parte da antologia "A importância do livro no Brasil do século 21", prêmio para os professores autores das 100 melhores redações enviadas para o concurso de redação realizado pela Academia Brasileira de Letras e Folha Dirigida. Fiquei em vigésimo lugar.


A importância do livro no Brasil do século XXI


Atualmente o acesso à informação é feito de diversas formas, desde o livro eletrônico ao livro impresso. Não é preciso memorizar um livro com medo de que ele suma do mercado. Professores dão aulas com o apoio de livro e bombeiros apagam incêndios.
Mas os bombeiros incendeiam e os professores não têm livros em “Farenheit 451”, livro de Ray Bradbury, escrito na década de 50 e virou filme pelo cineasta François Truffaut na década de 60.

Nas sociedades utópicas dos livros e filmes a sonhada reforma social é realidade. A perfeição é conseguida com a eliminação dos excessos e da propriedade privada. Em “Farenheit 451” o excesso é o livro. Qualquer leitura é proibida e as pessoas vêem televisão com programação controlada.

Quando o controle dessa sociedade ideal é corruptível e a tecnologia que controla as normas criadas para o bem comum é opressiva, temos uma distopia. O bombeiro que queimava livros um dia leu um livro por curiosidade e sua vida mudou. Nada é a mesma coisa quando se conhece.

Em uma sociedade onde os livros são queimados, o conhecimento sobrevive quando há homens que guardam e transmitem o conhecimento. Em “Farenheit 451”, os homens-livro se dedicam a guardar na mente seu livro predileto. Eles se apresentam com o nome e o autor do livro decorado. O conhecimento que os homens carregam é um bem precioso, por isso, sua tarefa era perpetuar a memória dos livros passando o que sabia para os mais jovens.

Uma frase atribuída ao político romano Caio Graco diz "Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas". Em todas as épocas, as sociedades reais ou utópicas temem os livros pela mudança que muitas leituras podem provocar nas pessoas. E são as pessoas que modificam o mundo com seus atos bons e maus. Na mitologia, Prometeu roubou o fogo do conhecimento dos deuses. Na Bíblia, Adão e Eva comeram o fruto da árvore do conhecimento. Fomos todos punidos por esses atos “simbólicos”. O conhecimento é perigoso para a ordem do mundo porque ele pode transformar quem somos e nós transformamos tudo ao nosso redor.

Na Idade Média, o Santo Ofício da Inquisição queimou livros, além de seres humanos, e criou um Índice de livros proibidos. Hoje a Igreja não proíbe abertamente livros polêmicos para sua doutrina, como “O Código da Vinci” de Dan Brown, mas aconselha aos fiéis na verdade sobre Jesus Cristo.

Perdemos livros na destruição da biblioteca de Alexandria e em saques e incêndios durante vários séculos de existência do livro. Não existem mais os livros secretos que podiam contar sobre civilizações desaparecidas e temas como alquimia, magia, ciência e extraterrestres.

Livros sempre foram considerados perigosos, mas muitos sobreviveram depois das guerras, ditaduras e fogueiras. Pessoas foram perseguidas e mortas, bibliotecas foram saqueadas, mas as memórias dos livros e das histórias que os homens viveram sobrevivem de uma forma ou de outra, impressas, manuscritas, em bytes ou na memória daqueles que lembram.

Dos tijolos de barro aos dígitos eletrônicos, o livro tem muita história para contar. Nem sempre as escritas foram em papel, ou tivemos computador para armazenar informações. Os povos antigos usavam materiais disponíveis, como vegetais, animais e minerais. O papel substituiu o pergaminho, os bytes substituíram os manuscritos, as telas substituíram o papel. Os meios audiovisuais são muitos. Os livros de papel perderam a novidade, mas não a importância.

O escritor brasileiro Monteiro Lobato falou sobre a importância do conhecimento produzido pelo homem, armazenado nos livros, quando disse que “um país se faz com homens e livros”. Claro que não são os livros que constroem uma nação, mas os pensamentos, as idéias e vontades dos homens que lêem o mundo, lembremos a citação de Caio Graco.

No Brasil importa mais vender livros e não formar leitores. Programas de leitura distribuem livros para ganhar espaço na mídia. Nesse contexto, é mais urgente que tenhamos não os livros, mas a depreensão dos seus conteúdos. Em um período em que a exclusão digital pode deixar de lado quem não exercer a prática da leitura e escrita, é indispensável atribuir a devida importância ao livro.

Aqueles homens-livro esperam que um dia os livros sejam impressos e que cada um seja chamado para recitar o que aprendeu. O que você tem aprendido? Que livros você tem incorporado? Qual o seu nome? Prazer, meu nome é “Cem anos de solidão”, de Gabriel García Márquez.

Solange Firmino



sábado, maio 19, 2007

Os Ventos


Os astros estão nas alturas do céu, mas abaixo deles há a região de nuvens, onde ficam as tempestades e os ventos. Na mitologia, os ventos eram filhos do Céu e da Terra. Os poetas antigos representavam os ventos como divindades gigantes, inquietas e turbulentas – e para se reconciliar com eles era preciso lhes dirigir preces e sacrifícios.

Homero escreveu que a morada dos ventos era nas ilhas Eolianas – entre a Sicília e a Itália – e seu rei era Éolo, que mantinha os ventos retidos nas cavernas. Se não fosse assim, os temidos prisioneiros varreriam tudo com sua força: os mares, as terras e a abóbada celeste.

Éolo reinava com seus súditos, mas estava subordinado a Zeus. Só podia prender ou soltar um vento sob a ordem do pai dos deuses. Na Odisséia há um episódio que narra como Éolo, por conta própria, entregou a Ulisses alguns ventos para auxiliá-lo quando precisasse na longa na viagem de volta a Ítaca. Os companheiros de viagem de Ulisses abriram imprudentemente o presente e houve uma grande tempestade que destruiu o navio.
(...)

Solange Firmino


Texto integral na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.


Imagem: Torre dos Ventos em Atenas, clicada por mim.


sábado, maio 12, 2007

sábado, maio 05, 2007

Musas inspiradoras e protetoras





No mundo antigo, acreditavam que o poeta recebia inspiração para narrar as ações heróicas e as vidas dos deuses. Os poetas eram servidores das Musas, e eles dedicavam a elas uma veneração tão ritual que muitos se diziam profetas. Para eles, a influência de uma musa não era só inspiração, diziam que a própria Deusa cantava através deles. Aos poucos as Musas se tornaram inspiradoras e protetoras de toda forma de arte.

Conta uma lenda que Zeus perguntou aos deuses se faltava algo mais para que o Olimpo fosse perfeito. Os deuses pediram que Zeus criasse divindades que enaltecessem a vitória dos olímpicos sobre os Titãs.

Zeus se uniu durante nove noites a Mnemósine (Memória), que deu à luz as nove Musas, ao mesmo tempo.

(...)

Solange Firmino

Texto integral na coluna Mito em Contexto, em Blocos online