terça-feira, outubro 31, 2017

Hades e o reino dos mortos

As Danaides, De Waterhouse.
Na divisão do reino de Crono, cada irmão obteve um domínio: o mar para Poseidon, o céu para Zeus e o mundo subterrâneo para Hades, a morada final dos mortos. O reino de Hades aparece em lendas como o rapto de Perséfone, os doze trabalhos de Hércules e os castigos eternos de transgressores das leis divinas, como Sísifo e Íxion.

Hades reinou com Perséfone, que foi raptada pelo deus. Após o desaparecimento da filha, Deméter deixou a terra estéril quando parou de realizar suas atividades como deusa da agricultura. Para não alterar a ordem do mundo, Zeus negociou com Hades. Perséfone comeu uma romã e estava ligada ao Hades, mas foi liberada para passar uma parte do ano com a mãe e outra parte ao lado do marido. Esse mito ilustrava o ciclo das estações

Perséfone foi levada pelo deus, mas nenhum ser vivo podia entrar no Hades, entretanto, alguns conseguiram, como Enéias, Orfeu e Hércules. Os heróis tinham em seu “currículo” um rito iniciático de descida ao Hades, ou catábase, como uma morte simbólica – em que a subida, ou anábase, possibilitava o autoconhecimento. Homero narrou na Odisseia a descida de Ulisses, orientado pela feiticeira Circe a consultar Tirésias sobre o caminho para Ítaca.

*O texto continua aqui:


Solange Firmino

segunda-feira, outubro 23, 2017

Sazonal

Trilha da Pedra da Tartaruga, zona oeste do Rio de Janeiro, foto tirada por mim em março de 2017.

Sazonal


Não falarei dos frágeis pêndulos
que se confundem com o ruído dos relógios,
nem da escuridão que vem do abismo.

Não sabia que era tão breve e voraz a vida.
Vou apenas falar que a linha
que separa a noite
do abismo é uma teia.

Traço planos para amanhã,
enquanto escrevo meu testamento.
Eu me batizo em nome dessa vastidão
que nunca se repete.

Mergulho lentamente da parte mais íngreme,
não tenho medo do luto.

Solange Firmino

Do meu livro "Geometria do abismo"

quarta-feira, outubro 04, 2017

A arte de envelhecer

Meu poema ficou entre os três melhores no II Concurso ALAP “Paranavaí Literária”.
Os poemas temáticos escolhidos pela Academia nesta segunda edição versaram sobre o idoso e a arte de envelhecer.
A entrega da premiação ocorrerá no dia 31 de outubro de 2017, durante evento comemorativo do Dia Nacional da Poesia (instituído pela Lei nº 13.131, de 3 de junho de 2015, em homenagem à data de nascimento de Carlos Drummond de Andrade).



Inexorável

Na véspera de minha morte, naufraguei nas abissais ondas do Letes.
Subornei oráculos para saber meu fim, mas os vates discretos resistiram,
assediaram-me com seu séquito de sacerdotisas sensuais.
Eles sabiam da minha fadiga e trouxeram asas, como as de Ícaro.
Foi assim que caí feliz no abismo.
Até gostei do espaço entre o chão e a queda…

Com o tempo, o espelho me envelheceu.
Nele me vi, e vi inteiros
os versos atirados nos lagos mansos dos olhos,
isentos de eternidade,
mas cheios de memórias e descaminhos.

Abri os lábios e saíram palavras indecifráveis
em busca de abraços e gestos sem punhaladas.
Como dizer-me que os espelhos também deformam?
Eles não refletiram quem eu sou,
Só vi o rosto antigo de criança-adulta, esculpido no reflexo.
Nunca foi a parte inteira e etérea do infinito materializado.

Eu e meu nome somos mais que álbuns, recortes, paisagens,
pedaços de percursos, calendários,
gestos e cores nas fotografias
e nos passos idos.

Faço uma reza.
Envelhecer é simples,
mas ainda tenho uma canção de ninar
nessa tarde de abril, de quentura insuportável.
Ignoro a morte que se esquiva
exilada nas sombras, extenuada das lonjuras da idade.
Ela tem uma sede envelhecida.

Solange Firmino




domingo, outubro 01, 2017

Outubro rosa:
1 mês inteiro para lembrar que
1 minuto de autoexame pode salvar
1 vida.

O "Outubro Rosa" tem como objetivo fortalecer as recomendações para o diagnóstico precoce e rastreamento de câncer de mama indicados pelo Ministério da Saúde.