sábado, dezembro 31, 2011

Janus, o Senhor dos Inícios

 Mais do que mostrar a luta entre pai e filho, o mito de Crono  também ilustra temas como  envelhecimento, transformação, renovação, mudança e outros elementos relacionados ao tempo. Crono personificava o Senhor do Tempo, aquele que tudo devora. Além dos próprios filhos, devorava os seres e os destinos. 

O tic-tac do relógio parece inofensivo diante do devorador Crono, mas o relógio é apenas uma de muitas convenções usadas para medir o tempo que percebemos no nascer do sol, na mudança da lua, na primavera e no nosso reflexo no espelho. 

O tempo sempre foi estudado em todas as épocas e em várias áreas do conhecimento, nos mitos, na religião e na ciência. Presente, passado e futuro sempre foram questões abordadas nos aspectos cronológicos, existenciais, reais ou imaginários. 

Passado e futuro são duas fases no ritmo de nossas vidas. O presente está entre o passado e o futuro, uma face que conhecemos, porque foi vivida e outra face que não conhecemos, com todas as suas possibilidades. Esses dois aspectos estão simbolizados nas faces de Janus, divindade romana de aparência bifronte. 

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Solange Firmino

 Publicado na coluna Mito em Contexto em janeiro de 2007. Leia o texto integral aqui.

quinta-feira, dezembro 29, 2011

Eu Narciso

“[Narciso] deitou-se tentando matar a sede,
outra mais forte achou. Enquanto bebia,
viu-se na água e ficou embevecido com a própria imagem. (Ovídio, “Metamorfoses”)

Como aprender a me ver
sem me perder?
O reflexo não me explica,
apenas me consome
e me prende.

Uno-me tanto a mim
que meus átomos se juntam
ao meu reflexo.

Como Narciso,
eu sou aquele
no reverso, no inverso,
no espectro que me  devora.

Quando me perco,
é quando me encontro.
Solange Firmino
[9º lugar no concurso Brasil dos Reis 2011] 


Imagem: Narciso, de Caravaggio.


domingo, dezembro 18, 2011

Os Sátiros


As atividades agrícolas na Grécia Antiga eram desenvolvidas principalmente nas encostas de planícies e montanhas. Para chegar a muitos desses locais era preciso percorrer bosques, florestas e outros caminhos perigosos; por isso era importante cultivar a terra e cuidar dos animais procurando obter a proteção dos deuses. Dois deuses celebrados como divindades agrícolas são Deméter e Dioniso. Além deles, algumas divindades secundárias foram cultuadas por camponeses, pois elas moravam nos bosques e atendiam mais facilmente quando solicitadas. .

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Solange Firmino

Leia o texto completo na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.

sábado, dezembro 03, 2011

Haikai para o tempo





um mosaico vivo
a memória vai bordando:
instante que passa

Solange Firmino
 

Imagem: Jorge Manuel Lopes