quarta-feira, março 05, 2008

Orfeu, Mestre do Orfismo


O mítico Orfeu era filho do rei Eagro com Calíope, uma das nove musas. Sempre vinculado à música e à poesia, Orfeu aprendeu sua arte com Apolo, deus da música. Participou da expedição dos Argonautas, acalmou as ondas com música e salvou o navio, anulando o efeito do canto das Sereias. Ao voltar dessa aventura, casou com a ninfa Eurídice. Aristeu tentou violá-la e, ao fugir, ela pisou em uma serpente e morreu após a picada.

O inconformado Orfeu desceu ao reino de Hades para pedir Eurídice de volta. Encantou o mundo ctônio, desde o barqueiro Caronte até os deuses que lá moravam. Os que sofriam castigos tiveram descanso temporário: Sísifo deixou de rolar a pedra, Tântalo esqueceu a sede e a fome, as Danaides pararam de encher seus tonéis sem fundo.

Perséfone e Hades concordaram em devolver Eurídice com a condição de que ela seguisse depois de Orfeu e ele não poderia olhar para trás. Orfeu aceitou e caminhou bastante, mas teve dúvidas e olhou para trás. Eurídice estava lá, mas sumiu na sua frente para sempre. Inconsolável, Orfeu repeliu todas as mulheres e instituiu mistérios voltados para os homens.

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Solange Firmino


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Imagem: Orfeu e Eurídice de Rodin.

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Os filhos monstruosos de Équidna


As mais poderosas e primitivas forças da natureza estavam representadas na Primeira Geração Divina. E havia monstros assustadores. Pertencentes a essa primeira geração, o Gigante Crisaor e Calírroe, filha de Oceano, tiveram os filhos Gerião e Équidna. Gerião era um gigante de três cabeças que foi morto pelo herói Hércules. Équidna era um monstro com corpo de mulher e cauda de serpente que vivia nas profundezas. Com Tifão, Équidna gerou os monstros Fix, Ortro, Leão de Neméia, Hidra de Lerna, Cérbero e Quimera. Esses monstros eram violentos, por isso foram combatidos pelos heróis.

O Cão Cérbero guardava a entrada do Hades, mas nunca permitia a saída. Hércules entrou e saiu, pois venceu Cérbero em uma luta e pôde levá-lo por um tempo para a corte de Euristeu, em um dos seus doze trabalhos. Hidra era uma serpente gigante de várias cabeças que vivia na região de Lerna. Tinha uma picada venenosa e sem antídoto. Quando uma de suas cabeças era cortada, nascia outra no lugar, e uma delas era imortal. Esse monstro foi vencido por Hércules com a ajuda de Iolau, que trazia fogo para cauterizar cada cabeça que o herói cortava.

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Solange Firmino


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Figura: Hércules e o Leão de Neméia

sábado, janeiro 19, 2008

Hermes, o mais ocupado dos deuses



Hermes foi fruto de um dos amores de Zeus: Maia, filha do Titã Atlas. A irada esposa de Zeus fez com que Maia se escondesse e ela deu à luz em uma caverna no Monte Cilene. Recém-nascido, Hermes deixou a mãe e saiu em busca de aventura. Foi ao monte onde pastava o gado do rei Admeto, guardado pelo irmão Apolo, e o roubou. Ofereceu dois animais aos deuses e, das tripas secas e esticadas, fez as cordas com que prendeu no casco de uma tartaruga, criando a lira.

Quando descobriu o acontecido, Apolo levou o astuto ladrão para ser julgado por Zeus. No início ele mentiu, mas confessou e jurou que nunca mais mentiria. Aliás, ele jurou, mas disse que não podia prometer contar a verdade inteira. Hermes se tornou símbolo de trapaça, por isso era protetor dos comerciantes e ladrões. E já que essas atividades dependem de argumentação, também era considerado o deus da eloqüência.

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Solange Firmino

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terça-feira, dezembro 18, 2007

Divindades agrestes greco-romanas

Na Grécia, as atividades agrícolas eram desenvolvidas em planícies e encostas de montanhas. Para chegar a esses locais era preciso muitas vezes percorrer bosques, florestas e caminhos perigosos, por isso era importante cultivar a terra e cuidar dos animais sabendo da proteção dos deuses. Deméter e Dioniso eram celebrados como divindades agrícolas, mas outras divindades secundárias eram cultuadas pelos camponeses, pois atendiam mais facilmente quando solicitadas porque moravam nos bosques.

Egipãs, Silenos e Sátiros eram habitantes dos bosques e montanhas que exerciam a função de proteger homens e animais que viviam em contato com a natureza. Eles participavam alegremente do cortejo de Dioniso e adoravam vinho e festas. Os Sátiros tinham traços de bode, o animal que se sacrificava a Dioniso, que foi criado por Ninfas e Sátiros no monte Nisa, após ser transformado em bode por Zeus. A arte normalmente mostra os Sátiros dançando, tocando instrumentos e perseguindo as Ninfas.

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Solange Firmino

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Imagem: Fauno de Rubens.

sábado, dezembro 08, 2007

Argonauta



Argonauta, eu?
Descubra
aqui.


"Tífis teve a audácia
de desdobrar as primeiras velas
sobre a imensidão dos mares
e ditar novas leis aos ventos"

(Lucius Anneus Seneca - Poeta espanhol)


Imagem: Argonautas, de Lorenzo Costa

terça-feira, dezembro 04, 2007

Entre teias e fios: o confronto entre Atena e Aracne

Fios e tecidos eram importantes na época em que Atenas concorria com as cidades da Ásia pela sua fabricação. Entre os mitos eles também foram muito aproveitados: cada uma das três Moiras tinha um trabalho no tecido da vida, seja segurando o fuso, tecendo ou cortando os fios; Ariadne deu a Teseu um fio de lã como condutor para que ele conseguisse sair do Labirinto; Penélope fiava e desfiava para ganhar tempo com os pretendentes, enquanto esperava o marido Ulisses voltar da Guerra de Tróia.

Fios também aparecem na história de Atena e Aracne. Atena não era reconhecida só como guerreira ou como a sábia filha saída do cérebro de Zeus. A deusa também presidia os trabalhos manuais como a tecelagem e era invocada pelas obreiras.

Aracne era uma simples mortal famosa por seu talento com os fios. Fiava, tecia e embelezava os tecidos como ninguém. A não ser como a deusa Atena. Como Aracne não era nada modesta, vivia se vangloriando de não ter medo de desafiar Atena. Ela parecia esquecer que eram os deuses que concediam aos humanos seus talentos.

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Solange Firmino

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segunda-feira, novembro 19, 2007

Dilúvio universal


Entre os mitos criados pelos gregos, há os que falam sobre as cinco idades que a humanidade viveu: Ouro, Prata, Bronze, Heróis e Ferro. Na Idade do Ouro os homens viviam bem, os deuses eram amigos dos homens, não havia crime ou guerra. O tempo não importava. Na Idade de Prata os homens se encheram de orgulho e Zeus começou sua punição. A juventude eterna terminou e a morte chegou.

Os conquistadores helênicos e os reis guerreiros viveram na Idade do Bronze, quando a guerra era o ofício. A Idade dos Heróis teve muitas aventuras e guerras e logo acabou. A Grécia do século XII viveu na Idade do Ferro, quando já conheciam armas de ferro e os dóricos dominavam. Na Idade do Ferro nasceram Deucalião e Pirra, que moravam perto do Monte Parnaso, temiam aos deuses e eram trabalhadores. Mas nem todos os humanos eram assim, havia crimes e lutas pelo poder.

Zeus não estava satisfeito e mandou o dilúvio para punir a humanidade. Prometeu avisou a Deucalião e o ensinou a fazer uma arca de madeira para salvar sua esposa e levar mantimentos. Deucalião conseguiu chegar ao topo do Parnaso, único lugar seco após dias da chuva que limpou e fecundou novamente a terra.

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Solange Firmino

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Imagem: Deucalião e Pirra, de Oraza Fontana, século XVI.



domingo, novembro 04, 2007

Orfeu e Ulisses derrotam as Sereias



Nas tradições míticas não faltam animais fabulosos como a Esfinge e as Sereias. Embora idealizadas há poucos séculos com corpo de mulher e cauda de peixe, as Sereias de origem grega tinham corpo de ave e busto de mulher. Eram entidades marinhas que cantavam de modo maravilhoso para encantar os marinheiros, que perdiam a direção de seus navios contra os rochedos e logo após eram devorados.

As belas Sereias eram filhas do deus-rio Aquêloo com Melpômene e participavam inicialmente do cortejo de Perséfone. Quando Hades raptou Perséfone, as Sereias (que variam em de duas, três ou quatro) pediram aos deuses que lhe dessem asas para que a procurassem por todo lugar. Deméter, a mãe de Perséfone, irritada por elas não terem impedido o rapto, teria transformado as Sereias em monstros.

Dois heróis gregos conseguiram resistir aos seus encantos: Orfeu e Ulisses. O lendário músico filho da musa Calíope aprendeu sua arte com o deus da música Apolo. Era tão divina sua música que acalmava a fúria de homens e animais. Orfeu encantou o mundo ctônio para falar com Hades. Orfeu também participou da expedição dos Argonautas em busca do Velo de Ouro. Quando os navegantes passaram pelo Mar das Sereias, Orfeu anulou a hipnose delas com sua música e salvou a todos do naufrágio.

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Solange Firmino


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*Imagem: Ulisses de Waterhouse.


domingo, outubro 21, 2007

Concurso Ladjane Bandeira de Poesia



É promovido pela Prefeitura da Cidade do Recife por meio da Fundação de Cultura da Cidade do Recife (FCCR) e que tem o apoio do Instituto Cultural Ladjane Bandeira.

O Concurso de Poesia da Prefeitura do Recife foi instituído em 1997 e é realizado pela Biblioteca Popular de Afogados. Visa estimular e valorizar a leitura e a criação literária de jovens e adultos.

A partir da edição de 2006, o concurso faz homenagem a pernambucana Maria Ladjane Bandeira de Lira.

A iniciativa literária tem como prêmio a publicação de uma coletânea em formato livro de grande qualidade editorial contendo as poesias dos escritores selecionados.

O lançamento da Coletânea aconteceu no Armazém 12, no Cais do Apolo, bairro do Recife Antigo, no dia 16 de agosto às 18h. Registrou-se a presença do Prefeito da Cidade do Recife João Paulo e o Secretário de Cultura, além de vários poetas e escritores.

Os poetas selecionados para esta edição foram:



José Carlos Santos Peres

Érico Andrade Marques de Oliveira

Júlia Maria Raposo Gonçalves de Melo Larré

Fábio Cavalcante de Andrade

Solange Firmino de Souza

Clairton Martin

Júlio César Tavares Dias

Genivaldo de Souza Vieira

Osvaldo Copertino Duarte

Marcos Antônio Rocha Apolinário Santana



Mais informações aqui.

terça-feira, outubro 16, 2007

Héstia e Vesta, Divindades do Fogo e do Lar


O fogo era considerado sagrado por vários povos na antiguidade. Na mitologia grega há uma história que conta como o titã Prometeu roubou o fogo de Zeus e entregou aos homens. Com esse dom, o homem pôde se aquecer, construir ferramentas, cultivar a terra e cozinhar alimentos. Além disso, o fogo representa a vontade humana por conhecimento.

Devido à importância do fogo, em muitos templos gregos as chamas eram mantidas acesas permanentemente, como no templo de Héstia em Olímpia. Na cidade de Olímpia aconteciam em honra a Zeus os “Jogos Olímpicos”. Durante uma cerimônia, as sacerdotisas de Héstia acendiam o fogo que ficaria aceso durante os jogos. Quem deixasse o fogo se extinguir poderia ser castigado.

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Solange Firmino

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domingo, setembro 30, 2007

A matriarcais Erínias

Clitemnestra era cortejada por Agamêmnon quando ainda era casada com Tântalo II. Agamêmnon assassinou o marido e o filho recém-nascido dela, forçando-a a casar com ele. Antes de ir para a Guerra de Tróia, Agamêmnon atraiu Clitemnestra até Áulis sob falso pretexto de casar a filha Ifigênia. Mas a rainha teve que ver o sacrifício da filha, para que o marido conseguisse bons ventos para a viagem. Nos longos anos em que o marido esteve na guerra, sem esquecer do sofrimento e humilhação pelo qual já passara, Clitemnestra uniu-se, talvez por vingança, a Egisto.

Após dez anos em Tróia, Agamêmnon voltou para Micenas, trazendo como espólio de guerra a profetisa Cassandra, irmã do raptor de Helena. Clitemnestra recebeu o rei e o sacrificou dentro do palácio, com a ajuda do amante Egisto. Depois foi a vez de Cassandra.

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Solange Firmino

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Imagem: Orestes perseguido pelas Erínias, de William A. Bouguereau

domingo, setembro 16, 2007

As Amazonas


Donas de armas, cavalos e com uma estrutura social própria, as mulheres guerreiras chamadas de Amazonas foram imortalizadas na maioria das lendas como assassinas de homens. Como viviam em ilhas ou perto do mar, essas mulheres recebiam visitas de aventureiros, e dizem que elas engravidavam deles e ficavam somente com as filhas, escravizando ou matando os filhos.

Segundo uma lenda, as Amazonas eram filhas de Ares, deus da guerra. O deus teria dado um cinturão para a rainha Hipólita como símbolo do poder que a Amazona exercia sobre seu povo. O cinturão tem uma simbologia com “ligar”. Além de transmitir força, poder e proteção – tem valor iniciático.

A mais célebre luta das Amazonas aconteceu com o herói Hércules, que foi com alguns voluntários ao país das guerreiras a pedido da filha de Euristeu, Admeta, para buscar o Cinturão de Hipólita. Hércules raptou Hipólita e provocou a guerra das Amazonas contra Atenas.

Hipólita resolveu entregar o cinturão a Hércules, mas Hera se disfarçou em amazona e provocou uma briga entre as habitantes do local e os companheiros de Hércules. O herói, achando que foi traído por ela, a matou.

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Solange Firmino

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*Imagem: representação de Ártemis de Éfeso com os seios.

segunda-feira, setembro 03, 2007

O sacrifício de Ifigênia


Ifigênia era descendente de Zeus. Clitemnestra, sua mãe, era filha de Leda com o deus. Clitemnestra ainda era casada com Tântalos II quando Agamêmnon o matou e ao filho do casal, depois a forçou a se casar com ele. Entre os filhos de Agamêmnon e Clitemnestra estavam Ifigênia, Electra, e Orestes. Clitemnestra era irmã de Helena, a bela mulher que foi motivo da Guerra de Tróia.

Helena tinha muitos pretendentes. O pai mortal, Tíndaro, decidiu respeitar a decisão dela na escolha do noivo. E caso ele fosse atacado, todos os outros deveriam socorrê-lo. Quando o troiano Páris raptou Helena, o escolhido Menelau pediu ao irmão e rei de Micenas, Agamêmnon, a formação de um exército para invadir Tróia e recuperar a esposa. Os demais reis ligados ao juramento também foram convocados para o ataque.

Durante uma caçada antes da viagem, Agamêmnon matou uma corça consagrada à Ártemis, ou teria dito que nem ela o faria melhor. A deusa impediu que os ventos soprassem e a frota parou em Áulis. O adivinho Calcas revelou que Ártemis exigia o sacrifício da filha mais velha de Agamêmnon para que conseguissem embarcar.

O rei micênico viveu um dilema entre manter a filha viva e seu dever enquanto governante. Os intérpretes falavam a vontade dos deuses, e os interesses coletivos eram mais importantes que os individuais. O coletivo desejava o sacrifício de Ifigênia. O rei concordou com a situação após ser convencido por Menelau e Ulisses.

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Solange Firmino

Texto completo na coluna Mito em contexto.

sábado, agosto 18, 2007

Aedo, Servo das Musas



O poeta Carlos Drummond de Andrade sabia do encantamento das palavras: “Certa palavra dorme na sombra/ de um livro raro./ Como desencantá-la? ” E sempre buscou desencantá-las: “Chega mais perto e contempla as palavras./ Cada uma/ tem mil faces secretas sob a face neutra/ e te pergunta, sem interesse pela resposta,/ pobre ou terrível, que lhe deres:/ Trouxeste a chave?

Antes da invenção do alfabeto, os antigos gregos acreditavam que as Musas davam essa chave aos poetas. Os poetas que recebiam das Musas o dom de desencantar as palavras eram os aedos. Eles compunham canções ao som da lira, e conseguiam transmitir os segredos das palavras através da poesia.

Quando as canções passaram a ser escritas, os aedos desapareceram. Duas obras atribuídas a Homero, considerado o mais célebre poeta grego da antigüidade, ainda existem como canções daquela época, a Ilíada e a Odisséia. A Odisséia fala da peregrinação de Ulisses por dez anos até Ítaca, após a Guerra de Tróia. E a Ilíada, narra o nono ano da Guerra de Tróia. Os poemas eram compostos e cantados pelos aedos.

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Solange Firmino

Texto completo na coluna Mito em Contexto.


Imagem: "Hesíodo e a Musa", Gustave Moreau.


segunda-feira, agosto 13, 2007

Pais castradores e devoradores... e outros pais.


Desde que nasce, o bebê pode criar um vínculo afetivo com a mãe, se for criado por ela. O vínculo com a mãe, biológica ou não, é necessário para a sobrevivência da criança, que depende de alimentação e cuidados, além de amor e carinho.
Na família tradicional "ideal", a mãe era a responsável exclusiva pela realização das tarefas domésticas e criação dos filhos. O pai era a autoridade responsável pelo sustento da família e imposição de limites na educação.
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Solange Firmino
Texto completo na coluna Orkultural nº 22
Goya - Crono devora os filhos


Urano, Crono e Zeus, pais castradores e devoradores
Do Caos surgiu Gaia, a Terra, que criou Urano, o Céu, para preencher o espaço vazio sobre ela. De Gaia e Urano nasceram os Hecantoquiros, os Ciclopes, as Titânidas e os Titãs. Mas Urano, temendo perder o poder, devolveu os filhos ao ventre de Gaia e continuou fecundando-a.
A fecundidade imposta pelo marido e a tristeza pelo destino dos filhos fizeram com que Gaia sofresse e conspirasse contra Urano. Gaia queria os filhos vivos e os libertou às escondidas. O titã Crono, único que não se recusou a ajudá-la, lutou contra o pai com uma foice e o castrou.
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Solange Firmino
Texto completo na coluna Mito em Contexto nº 7



sábado, agosto 04, 2007

O desmedido Ícaro

Todas as culturas destacam o céu como um lugar especial. Lá estão representados os heróis e os deuses, as crenças, as esperanças e os temores. O homem sempre buscou um meio de atingir o céu, não somente o céu mítico, com seus paraísos e delícias, mas também o lugar onde ficam as constelações, a lua e os planetas. Um exemplo mítico do desejo de alcançar o céu está na história de Ícaro e seu pai Dédalo - um arquiteto que vivia exilado em Creta por ter sido responsável por uma morte em Atenas.

O rei de Creta, Minos, devia sacrificar um touro ao deus Poseidon, mas ficou com o animal para si. Furioso, Poseidon fez com que a esposa de Minos, Pasífae, ficasse apaixonada pelo touro. A rainha procurou Dédalo, que fabricou uma novilha de bronze para enganar o animal. Pasífae entrou no simulacro e consumou sua paixão, concebendo depois o Minotauro, monstro metade touro, metade homem.

A pedido do rei, Dédalo construiu o Labirinto, um emaranhado de corredores e quartos de onde só ele conseguiria sair. Nesse lugar, Minos colocou o monstro, que era alimentado com carne humana. Minos combinou em se retirar de uma luta contra Atenas se fosse enviado um tributo a Creta: de 9 em 9 anos, 7 moças e 7 rapazes serviriam de alimento ao Minotauro.

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Solange Firmino


Leia o texto completo na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.


Poema "Geometria de Ícaro".

quinta-feira, julho 19, 2007

Pergaminho, papel e bytes


Atualmente os livros vendem milhões de cópias. Há alguns séculos, quando não havia papel, seria bem difícil tantas pessoas terem acesso a esse tipo de leitura, afinal, nem sempre as informações foram impressas em papel ou armazenadas em e-book e cd-rom.

O homem já pintou nas cavernas, inventou escritas e também várias formas de desenhá-las. Os povos mais antigos usavam os materiais disponíveis onde viviam, incluindo vegetais, animais e minerais. Desde os tijolos de barro dos sumérios aos dígitos do computador, o livro tem muita história para contar, passando principalmente pela escrita em papiro, obtido no preparo de hastes de junco, e pergaminho, feito de pele de animal.

No século VI a.C. os egípcios exportavam papiro os povos do Mediterrâneo. Parte da História do Egito chegou até nós graças ao que consta nos rolos de papiro encontrados nos túmulos de nobres e de faraós.

O pergaminho inventado na Ásia Menor parece mais com nosso livro, pois podia ser utilizado dos dois lados e os escritos podiam ser raspados. O códice era um livro feito com folhas de pergaminho costuradas, como o formato do livro hoje.

A Igreja Católica, que já queimou muitos livros, mantinha nos mosteiros os centros de difusão onde se produziam manuscritos. Mas o papel só foi utilizado pela primeira vez na China, nos primeiros séculos depois de Cristo, e suplantou os materiais anteriores. A imprensa só foi inventada por Gutenberg no século XV, provocando o aumento de autores e leitores, além de tiragens maiores de livros.

Ao mesmo tempo em que os livros eletrônicos nos fascinam, nos deparamos com escritos antigos nas incríveis descobertas arqueológicas. As escrituras mais antigas (já descobertas) da Bíblia estavam escritas em pergaminhos. Os Pergaminhos do Mar Morto foram expostos há poucos anos, inclusive no Brasil. Eles foram encontrados em 1947 nas cavernas de Qumram, em Israel, e trouxeram novidades sobre Judaísmo, Cristianismo e Islamismo, as três principais religiões monoteístas.

O papel substituiu o pergaminho, os bytes substituem os manuscritos; as telas substituem o papel. Os meios audiovisuais são muitos. Na cultura dos bytes e bits, as bibliotecas estão quase se tornando museus. Nossa memória está on line.

Os livros de papel perderam a novidade, mas não a importância. Quem conhece informática sabe que os arquivos armazenados são funcionais, mas são falíveis... E se não fosse a sobrevivência de muitos manuscritos, certamente não teríamos acesso a tantos escritos antigos. Não custa nada guardar um pouquinho da nossa escrita aos povos que virão.

Solange Firmino

Texto publicado na coluna Orkultural, em Blocos online.

Alexandre Magno, filho dos deuses

Em 356 a.C. Olímpia era rainha da Macedônia e deu à luz seu primeiro filho. Na noite em que o menino foi concebido, um relâmpago atingiu a mãe no ventre. O rei Filipe encontrou a esposa dormindo ao lado de uma serpente. Não sabemos se os fatos são verdadeiros, mas o menino era Alexandre, o homem que, enquanto vivo, já era lendário.

Na época em que Alexandre nasceu, as cidades-estado da Grécia e o Império Persa há muito brigavam. Apesar das vitórias, a Grécia ainda não era uma nação unida. No auge do poder, Filipe fundou a Liga de Corinto e unificou a maioria das cidades gregas, com exceção de Esparta. Seu sonho era unir gregos e macedônios contra o Império Persa, mas não deu tempo de realizá-lo, pois foi apunhalado em uma festa.

O filho de 20 anos subiu ao trono em meio a intrigas. Provou que era um herdeiro à altura e eliminou os adversários do reino. Antes de completar 30 anos, Alexandre era o maior conquistador da época, e um dos maiores até hoje. Foi senhor de um grande império e responsável por uma campanha militar espetacular. Descrições e relatos dizem que era belo e não passava de um metro e meio de altura, o que não impediu que fosse conhecido como Alexandre, o Grande.
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Solange Firmino


Texto completo na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.

segunda-feira, julho 02, 2007

A mítica Guerra de Tróia


Os eventos que causaram a Guerra de Tróia fazem parte de relatos conhecidos como Ciclo Troiano. Algumas histórias estão nos poemas homéricos, a Ilíada e a Odisséia, e outras foram retiradas de fontes como os antigos dramaturgos gregos. A Ilíada narra os episódios finais da guerra e a Odisséia conta sobre a volta de Odisseu (Ulisses) até sua terra natal, que demorou dez anos.

Uma das narrações mais importantes sobre o motivo da Guerra de Tróia está relacionada com a nereida Tétis, filha de Dóris e do Velho do Mar, Nereu. Zeus e Poseidon desejavam Tétis, mas um oráculo revelou que o filho dela com um dos dois seria mais poderoso que o pai. Os deuses desistiram e logo conseguiram um marido mortal para ela.

Tétis nunca se conformou com a mortalidade do marido e, na ânsia de imortalizar os filhos, já havia matado seis, quando Peleu pegou o sétimo, Aquiles, no momento em que ela o segurava pelo calcanhar para temperá-lo no fogo. O herói se tornou invulnerável, exceto no calcanhar... Tétis abandonou o marido, mas sempre protegeu o filho, como vemos nas suas aventuras contadas na Ilíada.

Durante as núpcias de Tétis e Peleu, Éris – a Discórdia – convidada a não comparecer, jogou a maçã de ouro, o chamado Pomo da Discórdia, para a mais bela. Hera, Atena e Afrodite se levantaram para a disputa. Ninguém presente se atreveu a decidir e a responsabilidade ficou para o mortal Páris, que vivia na Ásia Menor.

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Solange Firmino

Texto completo em Blocos online, na coluna Mito em Contexto.


Imagem: Helena de Tróia, de Evelyn de Morgan 1898