Aconchego as palavras devagar
antes que fujam no inesgotável silêncio cadente
o poema surge no esboço
no rascunho cansado da memória
exibe cicatrizes no abismo possível
da implacável poesia
antevê os limites insones
do céu esculpido em nuvem
e se afoga no mais remoto cais
como argonauta que vaga a esmo
comete o delito de atravessar sem bússola
o grande mar que é a vida
Solange Firmino
No livro "Diante das marés"
No livro "Diante das marés", Caravana Grupo Editorial.
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4 comentários:
Belissimo poema Solange.
Atravessar os dias sem rumo, é caminhar para o abismo.
Abraço!
Há nesse delito um risco, que é muito perigoso viver.
Abraço amigo.
Juvenal Nunes
Bela travessia, Sol, para desvelar o silêncio à espera de uma voz, à espera do poema.
Abraços,
palavras esculpidas a cinzel
e da pedra, a memória.
rascunho que a vida forja.
belo.
um beijo
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