segunda-feira, abril 12, 2021

Das coisas que não se repetem



Toda mulher real eu sou
a que quer viver mais e não pode
mesmo que os dias sejam sempre iguais

sou toda filha, irmã, Maria, Zulmira
toda a dor dos nomes
que traduzem todas as feridas
e toda a satisfação
sou cada mãe que sofre
todo o sol adormecido
nos olhos dos filhos
das cores irreprisáveis
que se foram para sempre
que se foram para sempre

mas há céus que não se repetem

Solange Firmino

Para
Virgínia Do Carmo
pelo seu livro maravilhoso, "Zulmira morreu", da
POÉTICA GRUPO EDITORIAL
.

2 comentários:

Graça Pires disse...

Um poema tão cheio de cumplicidade a revelar a mulher sensível que és. O livro da Virgínia é muito belo e muito inspirador. Este teu poema toca-me bem no fundo do coração. É maravilhoso, minha querida Amiga!
Um beijo enorme.

A.S. disse...

Olá Solange,
Tenho estado doente. Daí a minha ausência.
Espero ficar bem. Um abraço!