sexta-feira, outubro 30, 2020

(Re)verso

 


Possuída de desordem,

escrevi os silêncios
que resgatei da memória.
Por um instante,
acreditei ser eterna.

Acordei fazendo versos.
Profanei metáforas.
Queria semear sílabas perfeitas.
Inesperadamente,
sangrei o inverossímil poema,
decepei minhas rimas preferidas.
Para desespero
dos sinos que dobravam.

Solange Firmino


*Foto: Eu em frente ao Templo de Dendur - Metropolitan Museum of Art - New York

Um comentário:

Graça Pires disse...

Que poema este, ao mesmo tempo forte e delicado, minha querida Amiga Solange. Gostei mesmo.
Cuida-te bem.
Uma boa semana.
Um beijo.