domingo, maio 29, 2022

Do dever

 



O fardo da montanha é quase tocar o céu

o fardo da nuvem é durar pouco

mesmo quando acaba a chuva

 

certos encargos são estranhos

pois o fardo da caverna é não conter vento

e o fardo do vento é ser abafado

em espaços muitas vezes minúsculos

 

o fardo humano é um tormento

pois não sabe se busca por Deus

ou se Deus o habita



Solange Firmino

 

 

*Foto por mim em 24/05/2022


7 comentários:

Jaime Portela disse...

Tudo tem o seu fardo...
O seu poema é excelente, gostei muito.
Boa semana, querida amiga Solange.
Beijo.

Graça Pires disse...

Concordo. O fardo humano é um tormento. Será que Deus o habita?
Cuida-te bem.
Uma boa semana.
Um beijo.

Luís Palma Gomes disse...

Bonito poema. Gostei da musicalidade provocada pela repetição da palavra "fardo". Aliás o poema tem uma sonoridade impressionante com aliterações e assonâncias bem colocadas. E no final nos interpela filosófica e teologicamente.

Tais Luso de Carvalho disse...

Olá, Solange, belo poema, e o final é muito lindo,
dá o que pensar...na verdade o homem sempre buscou Deus, lá atrás, buscava seu Deus na Lua, no Sol, na natureza. Enfim num ser superior que aplacasse suas dores.

"o fardo humano é um tormento
pois não sabe se busca por Deus
ou se Deus o habita"

Uma ótima semana,
beijo

Luiz Gomes disse...

Boa noite. Parabéns pelo seu maravilhoso texto. Essa foto foi tirada do Elevado Paulo de Frontin? Ficou muito linda.

Tais Luso de Carvalho disse...

Báh, que maravilha, que sensibilidade!
O final é apoteótico, o ápice!!!
Gostei muito!
Uma boa semana,
beijinho.

Jeanne Geyer disse...

Olá, conheci teu blog agora e estou te seguindo pois gosto muito de poesias. Bela construção da tua poesia e os versos extremamente criativos tornam uma construção inteligente e sensível. Te convido a conhecer o meu blog e me seguir, beijos ;) https://botecodasletras2.blogspot.com/