sexta-feira, junho 18, 2021

Advertência

 






Vamos
aproveitar o tempo!
pois entre o sino e o silêncio
as Moiras tecem os adeuses
o que anuncia o contorno das coisas
e o nosso nome gravado nas lápides

convém aprender que é preciso primeiro
a aventura do naufrágio
e das folhas caídas do OUTONO
indicando o ciclo fértil em rotação

Solange Firmino


No livro "Diante das marés". 

Foto e poema: As Moiras são as fiandeiras do destino. Clothó segura o fio do tempo, puxa o fio da vida e atua sobre os nascimentos. Láquesis sorteia o fio de quem vive ou morre, desenrolando o novelo da vida. Átropos é a inflexível, a que corta o fio da vida.


*A postagem é em homenagem ao sepultamento do meu tio Antônio, último dos 5 irmãos do meu pai.

Um comentário:

Luís Palma Gomes disse...

Poema paradoxalmente telúrico e metafísico, onde a vida humana gravita em volta de dois determinismos: um deles mítico(as moiras) e o outro, natural (as estações do ano). Estes temas manifestam-se no trabalho literário da poeta: ora na divulgação da poesia de Manoel de Barros, ora no estudo e divulgação da mitologia clássica.