domingo, janeiro 08, 2006

Fim ou começo? Ou o começo do fim?

Estamos no início de mais um ano. E se você está lendo esse texto, sobreviveu a mais uma página no calendário. Certamente, não teve medo do Apocalipse depois de meia-noite. Após várias modificações nos calendários através dos séculos, e com o atual horário de verão, fica difícil ainda temer a passagem de 31 de dezembro para primeiro de janeiro. O último dia pode ser qualquer um, afinal, nem sabemos a qual calendário o Dia do Juízo Final obedecerá.

Recebi dezenas de mensagens desejando “Feliz Ano Novo”, mas nenhuma falou do medo do fim, apenas da alegria do novo começo. Antes do ano 2000, muito se escreveu sobre o fim dos tempos ou Apocalipse, e até sobre um bug do milênio, que nem aconteceu... Sobre o fim do mundo de verdade, não saberemos, se for mesmo o fim.

A literatura registrou vários fins, como o fim de Constantinopla, da Biblioteca de Alexandria e da Primeira Guerra Mundial. Sobre o fim do século XX muito se escreveu, parecia fatídico, cheio de previsões assustadoras.
Agora, parece que somos imortais, ninguém faz lista do que faria se fosse o último dia.

Meu amor o que você faria?
Se só te restasse esse dia
Se O mundo fosse acabar
Me diz o que você faria?
[Composição de Lenine e Paulinho Moska]

A música acima foi muito cantada no fim do milênio. E muitos filmes trataram do tema do fim do mundo, mas sempre teve um mocinho salvando a nossa pele. Além das previsões religiosas, muitos estudiosos fazem seus cálculos e hipóteses de quando será o fim da terra.

Na década de 80, Carl Sagan produziu a série Cosmos e sempre alertou sobre o maior perigo, a autodestruição – nem precisamos de profecias para saber que o que fazemos ao planeta no dia a dia está nos destruindo.
Sempre achei Carl Sagan esperançoso de que nós ainda poderíamos salvar o planeta do fim trágico.

Contrariando as idéias de Sagan, o filósofo John Gray defende em seu livro, Cachorros de Palha, a tese de que a humanidade está enganada se acredita que ocupa um lugar destacado no Universo. Pior, diz que não podemos controlar nosso destino nem somos capazes de construir um mundo melhor.

Não sei quem está certo, mas o futuro não parece muito promissor com as hipóteses de guerra nuclear, os buracos na camada de Ozônio, o excesso de população e a falta de recursos e o superaquecimento do sol.

Enfim, centenas de motivos, naturais ou provocados por nós, podem levar ao fim tudo o que conhecemos como real. O mundo será dominado pelas máquinas? Descobriremos uma Matrix? Ou tudo não passa de ficção científica e logo teremos paz?

Podemos começar “ontem” a fazer as coisas certas e manter o que ainda resta no planeta. Mas que seja antes de o sol explodir e reduzir tudo a cinzas.

Solange Firmino

* Leia esta crônica e dicas do mundo do Orkut na coluna Orkultural de Chris Herrmann em Blocos online.

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