terça-feira, março 29, 2005

De palavras



Gastei uma hora pensando em um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.  [Drummond] 

Minhas palavras escorregaram para dentro.
quando as busco, ouço ecos dispersos que procuram por uma frase completa e definitiva.
Por indigestão de palavras, emudeço-me.
Engoli uma borboleta e virei casulo de mim.
 
[Nanda]


Larva-palavra
que cabe inteira
no clausuro do eu
o ritmo sobe
do abismo interno
casulo
prestes a acordar
e desata em
poema-borboleta

Solange Firmino


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