quarta-feira, junho 07, 2017

Eu, em sépia.


















Sobriedade


Hoje estou antiga, 
mas vou sobrevivendo para assistir
e aplaudir os pores do sol
do outono. 
Divido os grãos com sabedoria,
não quero desperdício.
A musa se esconde,
por isso estou no comando.
Busco versos antigos
e pronuncio rimas esquecidas.
Sustento-me com as palavras herdadas,
não quero passar em 
branca nuvem.
Enquanto restar vida, sonho.
É como aprendo a ser lúcida
e eterna.



*No meu terceiro livro, "Das estações".

Um comentário:

Jaime Portela disse...

Percorri o seu blogue e li alguns poemas seus.
E, porque gostei, dado que são excelentes, deixo aqui o meu reconhecimento pelo talento que as suas palavras revelam.
Solange, tenha um bom fim de semana.
Beijo.