sexta-feira, maio 13, 2016

10 anos de Mito em Contexto!

Este mês fez 10 anos que escrevi o primeiro texto da coluna Mito em Contexto, em Blocos online, cujo site é organizado pela escritora Leila Míccolis. Foram mais de 6 anos e 127 textos.

segunda-feira, março 28, 2016

Antologia do I Concurso Literário Machado de Assis


Com um dos exemplares da antologia do I Concurso Literário Machado de Assis. Que material maravilhoso. 
Além da excelente confecção do livro como um todo (primeira vez que recebo um livro plastificado), sei que constam ótimos escritores, pois alguns já conheço de nome. 
Muito feliz em ter participado do concurso. Esperando por mais! 
Muito obrigada a todos da Canal 6 Editora.


terça-feira, março 08, 2016

* Esta é uma de minhas duas rosinhas que já brotaram várias vezes desde setembro de 2015.

“Aprendi com as rosas a ser despetalada e ressurgir inteira.” 
[Cecília Meireles]

quarta-feira, fevereiro 17, 2016

Mythopoeia - Autor: J.R.R. Tolkien

Araras - fevereiro de 2016

Você vê árvores, e as chama assim,

(pois é o que são e o seu crescer, enfim);
palmilha a terra e com solene passo
pisa um dos globos menores do Espaço:
uma estrela é matéria numa bola
que em matemático trajeto rola
regimentado, gélido, Vazio,
de átomos morrendo a sangue frio.
Por uma Vontade, à qual nos dobramos
mas que nós só de longe captamos,
grandes processos o Tempo completa
de início escuro a incerta meta;
e em página reescrita sem pista,
de letra e margem vária já revista,
eis multidão de formas infinitas,
negras, belas, frágeis ou esquisitas,
cada qual diversa, mas num só rol
de germe, inseto, homem, pedra e sol.
Deus fez pétreas rochas, arbóreas árvores,
terra térrea, estelares fulgores,
e os homens humanos, que andam no chão
e a quem luz e som causam comichão.
O remexer do mar, vento nos galhos,
relva, vacas mugindo nos atalhos,
trovão e raio, aves a cantar,
limo escorrendo a viver e murchar,
cada qual é registrado e impresso
nas contorções do cérebro em recesso.
Mas “árvores” só o são se nomeadas –
e só o foram quando captadas
por quem abriu o hálito da fala,
eco do mundo numa escura sala,
mas nem registro nem fotografia,
sendo risada, juízo e profecia,
resposta dos que então sentiram dentro
profundo movimento cujo centro
é o existir de planta, fera, estrela:
cativos que grade serram sem vê-la,
cavando o sabido da experiência
abrindo o espírito sem consciência.
Grande poder de si mesmos criaram,
e atrás de si os elfos contemplaram
que labutavam nas forjas da mente
luz e treva entretecendo em semente.
Não vê estrelas quem não as vê primeiro
qual prata viva explodindo em chuveiro
chama florida sob canção antiga
cujo eco mesmo de longa cantiga
o perseguiu. Não há um firmamento,
só vazio, se não tenda, paramento
por elfos desenhado; não há terra,
se não ventre de mãe que a vida encerra.
Mentiras não compõem o peito humano
que do único Sábio tira o seu plano,
e o recorda. Inda que alienado,
algo não se perdeu nem foi mudado.
Des-graçado está, mas não destronado,
trapos da nobreza em que foi trajado,
domínio do mundo por criação:
O deus Artefato não é seu quinhão,
homem, sub-criador, luz refratada
em quem matiz branca é despedaçada
para muitos tons, e recombinada
forma viva mente a mente passada.
Se todas as cavas do mundo enchemos
com elfos e duendes, se fizemos
deuses com casas de treva e de luz,
se plantamos dragões, a nós conduz
um direito. E não foi revogado.
Criamos tal como fomos criados.
Sim! Sonhos tecemos para enganar
os corações e o Fato derrotar!
De onde o desejo e o poder pra sonhar,
e as coisas belas ou feias julgar?
Querer não é inútil, nem calor
procuramos em vão – pois dor é dor,
não de ser desejada, mas perversa;
ou ceder a uma vontade adversa
ou resistir seria igual. E o Mal,
desse apenas isto é certo: É o Mal.
Bendito o tímido que o mal odeia,
treme na sombra, e o portão cerceia;
que não quer trégua, e em seu solar,
mesmo pequeno, num velho tear
tece pano dourado à luz do dia
sonhado por quem na Sombra porfia.
Benditos os que de Noé descendem
e com suas arcas frágeis o mar fendem,
sob ventos contrários buscando sé,
rumor de um porto indicado por fé.
Benditos os que em rima fazem lenda
ao tempo não-gravado dando emenda.
Não foram eles que a Noite esqueceram,
ou deleite organizado teceram,
ilhas de lótus, um céu financeiro,
perdendo a alma em beijo feiticeiro
(e falso, aliás, pré-fabricado,
falaz sedução do já-deturpado).
Tais ilhas vêem ao longe, e outras mais belas,
e os que os ouvem podem girar as velas.
Viram a Morte e a derrota final,
sem em desespero fugir do mal,
mas à vitória viraram a lira,
seus corações qual legendária pira,
iluminando o Agora e o Que Tem Sido
com brilho de sóis por ninguém vivido.
Quisera com os menestréis cantar
com minha corda o não-visto tocar.
Quisera navegar com os marinheiros
sobre tábuas em montes altaneiros
e viajar numa vaga demanda,
que alguns ao fabuloso Oeste manda.
Quisera entre os tolos ser sitiado,
que em remoto forte, de ouro guardado,
impuro e escasso, recriam leais
imagem tênue de pendões reais,
ou em bandeiras tecem o brasão
fulgurante de não-visto varão.
Não seguirei seus símios progressivos,
eretos e sapientes. Caem vivos
nesse abismo ao qual seu progresso tende –
se por Deus o progresso um dia se emende
e não sem cessar revolva o batido
curso sem fruto com outro apelido.
Não trilharei sua rota sem vacilo,
que a isto e aquilo chama isto e aquilo,
mundo imutável onde não tem parte
o criador com sua pequena arte.
Eu não me curvo à Coroa de Ferro,
nem meu cetrozinho dourado enterro.
No Paraíso pode o olho vagar
do Dia imorredouro contemplar
a ver o que ele ilumina, e nova
Verdade ter com isso como prova.
Olhando a Terra Bendita verá
que tudo é como é, e livre será:
A Salvação não muda, nem destrói,
jardim, criança ou brinquedo corrói.
Mal não verá, pois este está imerso
não no que Deus fez, mas no olhar perverso,
não na fonte, mas em escolha errada,
e não no som, mas na voz quebrantada.
No Paraíso não estão mais confusos;
criam novo, sem mentira nos usos.
Criarão, é certo, não estando mortos,
poetas terão chamas como votos,
e harpas que sem falta tocarão:
do Todo cada um terá quinhão.

terça-feira, dezembro 15, 2015

33º Concurso Literário Yoshio Takemoto


Ganhei o Prêmio Incentivo, com mais 3 poetas:


André Telucazu Kondo (Jundiaí, SP): “Festa”
Edson Amaro de Souza (São Gonçalo, RJ): “Elisabeth Bishop em Ouro Preto”
Karen Kazue Kawana (Jaguariúna, SP): “Para longe”
Solange Firmino de Souza (Rio de Janeiro, RJ): “Essência”


Os trabalhos premiados serão publicados no número especial da revista Brasil Nikkei Bungaku, edição 52, de março de 2016.

Lista completa dos ganhadores aqui.

quinta-feira, novembro 12, 2015

Desabrochar

Foto de Inácio Freitas

Às vezes sou pétala fechada,
com promessa de flor.

Desabrocho a cada dia,
em pelo e pele renovados.

Plena de cores,
orvalho-me,
abro-me para o mundo
e vivo,
antes de fenecer novamente.

Solange Firmino

* Um dos poemas vencedores da 12ª Edição do Concurso Poemas no Ônibus de Gravataí/RS 2015

terça-feira, outubro 20, 2015

Dia do Poeta - Fantoche


Hoje é dia do Poeta.
Pode-se dizer que o Poeta às vezes é um fantoche da Musa, não?
Esse poema ganhou destaque especial no concurso Metacantos 2015, da Editora Literacidade.




                                                                                                                 Fantoche

Quando acho que caminho sozinha,
vem você e me traz de volta.
Quando me sinto erguida,
seu gesto me derruba.
Obedeço cegamente.
Quem detém minhas rédeas?

Usa-me, então, Poesia.
Em cada fio, um verso.
Prenda-me assim, para eu saber
que não sou livre.

Mantém-me sã,
mesmo suspensa
na corda bamba.

Solange Firmino


terça-feira, outubro 13, 2015

Metacantos 2015

Resultado do Concurso Literário Metacantos 2015, em que necessariamente o poeta deveria versar sobre a arte de escrever poemas, ou seja, meta-poéticos ou metalinguísticos.
Todos os poemas serão publicados no livro Metacantos – 2015.
                                                       Resultado completo aqui


segunda-feira, outubro 12, 2015

Dia da Criança - 2016

Eu aos 7 anos
O ideal seria uma menina boba: 
que gostasse de ver folha cair de tarde...
Que só pensasse coisas leves que nem existem na terra,
E ficasse assustada quando ao cair da noite
Um homem lhe dissesse palavras misteriosas ...
O ideal seria uma criança sem dono, 
que aparecesse como nuvem,
Que não tivesse destino nem nome - 
senão que um sorriso triste 
E que nesse sorriso estivessem encerrados
Toda a timidez e todo o espanto 
das crianças que não têm rumo...

Manoel de Barros

quinta-feira, setembro 17, 2015

São Paulo 12 de setembro de 2015

Lgo Paissandu com Av. São João

Vista a partir da Pinacoteca

Escultura de Brecheret para o túmulo de Francisca Júlia

Museu da Língua Portuguesa



Pinacoteca



"Poesia Agora"

Fui conferir meu poema na exposição Poesia Agora no Museu da Língua Portuguesa. 
Saiba mais sobre o projeto aqui.


Ao lado do meu poema, IRRECONHECÍVEL




quinta-feira, agosto 27, 2015

Ganhei o 6º CONCURSO CIDADE DE GRAVATAL DE LITERATURA 2015!

ACADEMIA GRAVATALENSE DE LITERATURA
BIBLIOTECA PUBLICA MARLENE ASPIS

CONCURSO DE CONTOS:
Primeiro lugar: Renata Fonseca Wolf, de Porto Alegre RS, com o conto “A Nevoa”
Segundo lugar: Luiz Francisco Haiml, de Taquara RS, com “A Segunda Aliança”
Terceiro lugar: Sergio Ricardo Morgado da Silva, de Pindamonhangaba, SP, com “Demônios”
Menção Honrosa: Ricardo Lahud, de Guaruja SP, com “O Ermitão”
Menção Honrosa: José Antonio de Souza Neto, de Belem, Pará, com “A Torre”.

CONCURSO DE POESIA:
Primeiro lugar: Solange Firmino de Souza, do Rio de Janeiro, com “Insônia”.
Segundo Lugar: Claudio Bento, Belo Horizonte, Minas Gerais, com “Notícia da Infância dos Passáros”.
Terceiro Lugar: Tatiana Alves Soares Caldas, do Rio de Janeiro, com “Nunca Mais”.
Menção Honrosa: Emerson Mário Destefani, de Indianópolis, Paraná, com “Os Moinhos”.

quinta-feira, agosto 20, 2015

"E, acima de tudo, respira.Serás mãe por toda a vida. Ele será criança só uma vez.” 

Leia aqui.
Imagem de Gustav Klimt

domingo, agosto 02, 2015

quarta-feira, junho 17, 2015

Desafio Poético em São Paulo

Convite para a abertura da exposição Poesia Agora, no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Há um poema meu no 'Espaço Plástico Bolha'.

Meu poema foi resultado de um desafio em escrever um poema sem a vogal A.

Os poemas estarão na ala Desafio Poético, expostos na parede em formato cartaz lambe-lambe durante a primeira semana da exposição, e inspirarão o público a também criar poemas sem uma das vogais, que serão depositados em urnas da ala. 


Os mais criativos entre os enviados pelo público serão impressos no mesmo modelo dos poemas e expostos nas semanas seguintes. A ideia é que com o tempo um seja colado por cima do outro à medida que a exposição for acontecendo. Pode ser que os poemas fiquem na parede por mais tempo, mas não é garantido.

 Irreconhecível

Perco-me de mim
Ofusco-me
desvio-me do reflexo
ergo um muro
entre mim e o espelho

persiste o brilho
imóvel
de um rosto
silencioso
vestígios de sonhos
inocentes
se escondem nos olhos
do outro eu
que me vê


Solange Firmino

Programação:

11 de julho de 2015 > CEP 20.000 – Coordenação Ricardo Chacal (RJ)
25 de julho de 2015 > Sarau da Patuá – Coordenação Eduardo Lacerda (SP)
01 de agosto de 2015 > ECO – Performances Poéticas – Coordenação Laura Assis (MG)
15 de agosto de 2015 > Labirinto Poético — Éber Inácio (RJ) + Monique Nix (RJ)
29 de agosto de 2015 > Slam Poesia Agora — Coordenação de Yassu Noguchi (vários estados)
05 de setembro de 2015 > Sarau Casa das Rosas – Coordenação Frederico Barbosa (SP) 
19 de setembro de 2015 Guardanapos Poéticos — Daniel Viana (SP) +  Poesia Biossonora — Wilmar Silva de Andrade (MG) 
26 de setembro de 2015 > Espaço Plástico Bolha — Coordenação João Moura Fernandes (RJ)

sexta-feira, março 13, 2015

Estátua de mineiro no Rio

Homenagem ao poeta Carlos Drummond de Andrade. O poema ganhou o 2° lugar no 15° Concurso Literário do Servidor Público do Rio de Janeiro 2014. A cerimônia de entrega será este mês na sede da Fiesp.


Estátua fria e taciturna
suporta calada e tímida,
no pedregoso calçadão,
a vida que persiste ao redor.

Não profere palavras melodiosas no chão varrido
onde pousa sua sombra;
não sabe se é noite, mar ou distância,
na espantosa solidão do Rio,
onde voz e buzina se confundem.
Mas está cercada de mãos, afetos, procuras.
Sem pensamento de infância ou saudade,
somente a contemplação muda
dos ritmos que passam, curiosos ou indiferentes.
Param, fotografam, agridem.

É uma nova categoria de eterno,
estar ali sem estar.
Legado de bronze no meio do caminho,
no grande mundo que está crescendo todos os dias.
Eterníssimo.

Solange Firmino

domingo, março 01, 2015

Ilha de Paquetá

Rio de Janeiro - 450 anos!
Fui comemorar num dos lugares de que mais gosto, a Ilha de Paquetá.











Na aridez do deserto
a vida percorre caminhos
de clorofila e silêncio

                                                                      Solange Firmino


domingo, fevereiro 01, 2015

Verãozão

Foto tirada por mim na Praça Paris - RJ
“Não reclame do calor, plante uma flor
Quem planta árvore, colhe sombra”

Foto tirada por mim na Praça Paris - RJ, única sobrevivente no jardim daquele dia.

domingo, dezembro 28, 2014

26/12/2014 Urca


Não basta sentir a chegada dos dias lindos. É necessário proclamar: "Os dias ficaram lindos".
[Carlos Drummond de Andrade]

quinta-feira, novembro 20, 2014

2º lugar no 15º Concurso Literário do Servidor do Rio de Janeiro

Saiu a lista dos vencedores do 15º Concurso Literário do Servidor do Estado do Rio de Janeiro no gênero poesia após avaliação da comissão julgadora para a categoria, realizada dia 12 de novembro, na sede da Fundação Ceperj.
O primeiro colocado é morador da capital fluminense. E a segunda colocada sou eu! Durante o processo, dez menções honrosas foram escolhidas por tema literário. Na última edição do concurso eu ganhei menção honrosa...

Leia a notícia aqui.

terça-feira, novembro 18, 2014

I Concurso Internacional de Poesia Casa de Espanha



O I Concurso Internacional de Poesia Casa de Espanha divulgou ontem a lista dos finalistas. A final será dia 14/12/2014 às 18h30 no auditório da Casa de Espanha. Na categoria RJ, meu poema entre os 16 finalistas. Após a cerimônia em 14/12, fiquei em terceiro lugar.


Odisseia

Vivo em circunviagem.
Qual Ulisses sem Ítaca, tenho saudade
de quem me espera.
Enquanto Penélope tece,
faço meu caminho em mares profundos.
Um porto de vez em quando me faz companhia.
A cada gesto de partida,
mais perto fico da chegada.
Nas tormentas, procuro o desconhecido
no espaço cíclico.
Viajo sem regresso previsto.
Peregrino sem âncora ou bússola.

Nas travessias cruéis, entre Cila e Caribde,
enfrento naufrágios, armadilhas e expectativas.
Encantam-me Circes, olhares e palavras.

Retorno pela memória.
Navego pelo visto, ouvido e amado.
Só assim me livro do exílio.
Encontro-me esperando por mim
no meio de tantos sonhos tecidos
enquanto eu crescia.

Solange Firmino

terça-feira, novembro 11, 2014

Pão e Poesia seleciona 30 trabalhos


Poemas com cheiro de pão serão distribuídos em pacotes para os catarinenses.
Veja aqui a listagem com os poetas selecionados. Três poemas meus estarão nas embalagens:


Esfinge
Decifra meu enigma
e toda a essência
por trás do verso.

Segue pela trilha do poema
e revela a metáfora escondida.
Repousa sem tédio
no meu ritmo.

Descobre o segredo que habita
onde me esquivo,
onde a pergunta é só disfarce,
reverso.
Se me escondo,
é para devorar melhor.



Geometria de Ícaro

O céu côncavo
abarca o voo.

O sol oblíquo
derrete a cera
e o sonho.

O mar convexo
recebe a queda.



Mapa-múndi

Mapa mudo.
Mundo de fronteiras cravadas
no caminho inatingível do outro.

Arquipélago de seres
em legendas coloridas.
População em excesso.

Meu céu não tem
traçado geográfico,
meridiano ou hemisfério.
É abismo sem escala prevista em régua.

O mundo,
fora do ombro de Atlas,
é uma invenção cartográfica.

Solange Firmino