[Para Manoel e Vanda, meus pais]
Sou metade de cada um dos meus pais.
Ao acaso, mais um rosto na Terra.
Essa história não está nos livros.
Pronuncio a palavra no colo deles,
sempre serei menina.
A idade já chegou para nós três,
temos rugas.
Entretanto, emito um verbo que nos eterniza:
arvorejar.
Criaremos galhos entre as árvores do antigo quintal;
iremos dançando uma cantiga de roda
de volta à era dos fósseis,
de geração em geração.
Nossa herança permanecerá
sem precisar de sobrenome.
Solange Firmino
No livro "Quando dor acabar", da Caravana Grupo Editorial.
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