Se quiserem ler o que ele achou do livro, eis aqui:
Solange Firmino escreveu um livro que festeja o tempo na tensão entre esperança e desolação, fluidez e permanência.
Em Quando a dor acabar acontece a apropriação da ambiguidade na necessária constatação pelo imaterial.
Muitas são as questões que seu trabalho levanta, mas talvez a espinha dorsal da presente trama imagética seja a solidão engasgada na garganta poemática da poeta, dando aos versos a longitude imprecisa que impede qualquer alusão à absoluta estabilidade.
É uma solidão atravessada por muitas dimensões, e o permanente está no que muda, assim como a mudança só acontece porque perdura, como aponta o verso “sou permanente / mas estou de passagem”. Há aqui o rearranjo de alguns lugares que seriam comuns se não passassem pela leitura da autora: “o poema vai morrer em frases comuns / como as gotas que compõem as chuvas / e as geografias dos desertos”.
Engana-se quem se restringe a perceber nesses versos a trivialidade do fim, pois a questão que se levanta é a da unidade (o “tudo é um” de Heráclito). Ainda na trilha dos rearranjos, lemos “assim, desisto do texto original” e é possível dizer que não há abandono pela desistência, mas a assunção da impossibilidade de se firmar um lugar, pois o texto original é este que a cada instante se oculta no que tentamos enxergar.
Este livro é um exercício diário de existência, da percepção do fim como princípio, da morte como tensão (não restrita à extinção material), bem como nos diz o poema Sépia: “faz um silêncio tão grande / quanto as mãos num copo vazio”. Fábio Pessanha
*Quem quiser adquirir, deixe recado nos comentários.
3 comentários:
Desejo o maior sucesso para o seu trabalho poético.
Abraço amigo.
Juvenal Nunes
Desejo o maior sucesso.
Uma semana feliz
bjs
Sol,
Parabéns pelo lançamento de mais um livro!
Que bela introdução feita por seu amigo!
A frase "sou permanente/mas estou de passagem" reflete exatamente o que penso a respeito da vida. Estamos nesse mundo de passagem, apenas vivendo mais uma experiência num corpo físico que em algum momento deixará de existir. E assim, passaremos a existir em outro corpo físico. A vida é permanente.
Desejo muito sucesso nesse lançamento!
Um abraço!
Postar um comentário