Das conchas tão pouco sei: redondas,
quebradas, esvaziadas dão-se ao areal.
Das árvores conheço intensamente
a dor profunda das manhãs.
Dos homens creio tudo ignorar, poemas
incertos com que se teceram as paixões.
Cubro com fumo espesso a velada ternura
da madrugada. A luz aclarada da janela
já aluou os meus olhos há muito.
Num rasgo rubro do poente há-de chegar aquele
que aguarda sereno o meu apelo etéreo.
Lília Tavares
In: Casa de conchas. Modocromia, 2022, p. 69.
Para assistir no YouTube: LINK
Obs.: As conchas das fotos são da minha coleção.
4 comentários:
Poema muito belo que não deixa dúvidas sobre a valia da autora.
Parabéns pela escolha e pela partilha.
Abraço de amizade.
Juvenal Nunes
Muito carinhoso da tua parte leres um poema da Lília desse livro lindíssimo que é "Casa de Conchas". Excelentes as fotografias. O poema escolhido é realmente inspirador.
Tudo de bom para ti, minha querida Solange.
Uma boa semana.
Um beijo.
Gostei do poema que escolheu da Lília Tavares.
E também da forma serena como o disse.
Bom fim de semana, querida amiga Solange.
Um beijo.
Muito belo poema de Lília Tavares,
tua declamação está muito bonita!
Gostei dessa postagem!
Um feliz fim de semana, beijinho Solange.
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