Rio de Janeiro, a água
é a tua bandeira,
agita as suas cores,
sopra e soa no vento,
cidade,
náiade negra,
de claridade sem fim,
de fervente sombra,
de pedra com espuma
é o teu tecido,
o lúcido balanço
da tua rede marinha,
o azul movimento
dos teus pés arenosos,
o aceso ramo
dos teus olhos.
Rio, Rio de Janeiro,
os gigantes
salpicaram a tua estátua
com pontos de pimenta,
deixaram
na tua boca
lombos do mar, nadadeiras
perturbadoramente indolentes,
promontórios
da fertilidade, tetas da água,
declives de granito,
lábios de ouro,
e entre a pedra quebrada
o sol marinho
iluminando
espumas estreladas.
Trecho de "Ode ao Rio de Janeiro", escrito em 1956 por Pablo Neruda.
Botafogo Praia Shopping 23.07.2022
4 comentários:
Não me importava de dar umas voltinhas por aí!
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Magnífico o Pablo Neruda com esta Ode ao Rio de Janeiro. Não conhecia este poema ou nunca lhe prestei atenção em algum dos seus livros...
Um grande beijo, minha Amiga Solange.
Não me importava de dar umas voltinhas por aí!
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Boa noite, Solange, maravilha essa Ode ao Rio de Janeiro pelo Neruda!
Qual poeta que não se encanta com essa cidade Maravilhosa?
Tudo nela é diferente, o espírito do povo, suas ruas, morros, céu, mar...
É tudo muito carioquíssimo, muito próprio.
Aplausos pela tua postagem.
Deixei há dias um comentário na postagem das árvores, deve estar no spam ou não entrou.
Um ótimo fim de semana,
beijo.
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