terça-feira, março 01, 2022

InComunidade



Leiam esse e outros 2
poemas do meu novo livro na edição de março da revista portuguesa Incomunidade:


Gênese das ondas

Soletro na margem a palavra rio
e o voo na curva do céu
onde surgem pássaros
assopro de leve
e se faz correnteza
mas o rio escapa e não volta

não basta adiar o destino do rio fazendo desvios
a água sempre deseja voltar à fonte
dor de tudo atravessar até voltar ao mar

Solange Firmino


2 comentários:

Graça Pires disse...

"Um rio corre sempre sossegado se não lhe profanarem a nascente". Lembrei-me destes versos a propósito deste teu belíssimo e inspirador poema. As paisagens líquidas sempre me são próximas. Irei ver a revista Incomunidade.
Cuida-te bem.
Um beijo.

João Santana Pinto disse...

O "rio escapa e não volta", mas o poema fica, permanece visível e belo, rico em conteúdo.

Gostei muito, bom fim de semana