A solidão do Céu não cabe nesse verso.
A noite escura sem luapermeia tudo quanto é distante e solitário.
O céu mudo sopra as palavras que recolho em sua queda:
cacos abstratos dos quais invento minha própria noite.
Invoco, em meio à neblina,
um canto manso que traduza meu existir em expansão.
O ventre do universo se expande no deserto da noite.
Contraio-me na luz inversa que me recompõe ao dia
para soletrar mais tarde meu cansaço.
Para onde vão os versos não escritos?
Solange Firmino
Um comentário:
Inventar a própria noite para nela soletrar o cansaço das palavras que se perderam durante a insónia... Gostei muito, Solange.
Uma boa semana.
Cuida-te bem.
Um beijo.
Postar um comentário