segunda-feira, agosto 10, 2020

Odisseia II

Sei que me demoro
entre idas e vindas
Sem bússola
cruzo caminhos agitados
de ventos fustigantes

Peregrino nas tempestades
naufrago aqui e ali
mas aprendi a fugir
do (en)canto da Sereia

Busco um porto em ilha intacta
de vez em quando
no poente
de norte a sul
como um sábado de outono

Solange Firmino



*Imagem: Victor Nizovtsev

Um comentário:

Graça Pires disse...

És Ulisses. E transportas "uma ilha adiada no peito"...
Adorei o poema, minha querida Solange.
Muita saúde.
Um grande beijo.