Tudo é metamorfose
mudança ou metáfora
de alguma coisa
o que está acima
vestígios de poeira cósmica
o que está no fundo
cacos de naufrágios
e na superfície o amor
que nos deixa
na corda bamba
Solange Firmino
Imagens: Corações incidentais fotografados por mim durante o ano.
3 comentários:
Entre a poeira cósmica e os cacos, talvez o amor, sim. Por isso nos tornamos funâmbulos para suportarmos as nossas próprias vertigens.
Que belo poema, minha Amiga Solange!
Tudo de bom.
Uma boa semana.
Um beijo.
Tudo o que testemunhamos e vivenciamos, acrescenta-nos sempre algo mais com que passamos a dispôr.
Aproveito o ensejo para a convidar para:
2º HOMENAGEM AOS SANTOS POPULARES
Abraço de poética amizade.
Juvenal Nunes
Boa noite, Solange
Quando descreve uma camada superior e outra inferior, ligando esses estratos a dimensões geológicas, o leitor é levado para uma dimensão telúrica. Quando chega o amor, porém, e atentando ao título do poema "Ego" abre-se uma nova chave de leitura. O Id, o ego e superego. E é realmente no Ego que reside o amor, porque no Id se solta a mera pulsão carnal e no superego se instalam outros interesses impuros.
Gostei.
Beijinho,
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