quarta-feira, novembro 03, 2021

Das quedas



Se acaso eu cair
que seja de um tsuru
de anatomia leve
e que esteja jovem
(porque é um pesar ser eterno)
não dá para sofrer melhor
mesmo tendo sete vidas

você não entende de línguas
eu não entendo dos movimentos
das caravelas no mar
mas gostamos de pés descalços na areia

Solange Firmino



* Para a poeta Carla Andrade, em homenagem ao seu livro 
"Ando caindo cada vez mais leve", nas minhas mãos.

2 comentários:

Graça Pires disse...

Que a Carla Andrade tenha muito sucesso com o livro que, a avaliar por este poema, deve ser muito belo. Que o livro faça um bom percurso junto dos leitores.
Cuida-te bem.
Uma boa semana.
Um beijo.

LuísM Castanheira disse...

De ventos e marés nada sei
que marinheiro nunca fui
mas fui pássaro, leve no voar
para de longe aqui chegar.

Um poema belo na homenagem de quem sete vidas tem ...e mais uma para eu
me deliciar, nesta areia que (adivinho) é fina, quente e beijada pelo mar.
Um beijo