segunda-feira, junho 21, 2021

Inverno

 



São intermináveis

as luas e os sóis

e o milagre dos dias que irrompe.

 

Chove em mim e o

ventre do abismo

acolhe o trajeto dos pássaros.

 

Vejo frutas prematuras

na paisagem que criou

este poema.

 

Logo será tempo de morrer

e entoar um cântico

de renovação

ao fascínio incerto

do solstício.


Solange Firmino

Um comentário:

Graça Pires disse...

O milagre dos dias está sempre a acontecer mesmo quando nos aproximamos do abismo e os pássaros parecem ter perdido o sentido do voo. É com frutas e flores prematuras que brindamos ao fascínio de qualquer renovação.
Lindíssimo poema, minha Amiga Solange.
Um beijo.