Eu na Acrópole |
como a encontrei.
Pisei suas pedras
olhei as sobrantes figuras derruídas
e agora parto para meu distante país.
Não o fizeram assim os persas,
os turcos,
e aquele inglês avaro
que levou seus mármores.
No topo da montanha, a Acrópole resiste.
No café da manhã, a olhava.
No entardecer, a olhava.
À noite, iluminada, a olhava.
Certa madrugada levantei-me
para (há quatro mil anos)
contemplá-la.
Eu
— exposto a pilhagens e desmontes,
admirei sua permanência.
Um dia estarei morto.
Ela sobreviverá aos bárbaros
e aos que, como eu,
depositaram
aqui
o seu pasmo.
Affonso Romano de Sant'Anna
2 comentários:
Ola Solange!
Sucesso!Um belo 2017!O mundo precisa da Poesia!
Solange, que belo poema, deste poeta que me é desconhecido. Obrigada por partilhares.
Um grande beijo.
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