Homenagem ao poeta Carlos Drummond de Andrade. O poema ganhou o 2° lugar no 15° Concurso Literário do Servidor Público do Rio de Janeiro 2014. A cerimônia de entrega será este mês na sede da Fiesp.
Estátua fria e taciturna
suporta calada e tímida,
no pedregoso calçadão,
a vida que persiste ao redor.
Não profere palavras melodiosas no chão varrido
onde pousa sua sombra;
não sabe se é noite, mar ou distância,
na espantosa solidão do Rio,
onde voz e buzina se confundem.
Mas está cercada de mãos, afetos, procuras.
Sem pensamento de infância ou saudade,
somente a contemplação muda
dos ritmos que passam, curiosos ou indiferentes.
Param, fotografam, agridem.
É uma nova categoria de eterno,
estar ali sem estar.
Legado de bronze no meio do caminho,
no grande mundo que está crescendo todos os dias.
Eterníssimo.
Solange Firmino
Nenhum comentário:
Postar um comentário